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27 de março de 2014

Crónica duma derrota anunciada.

Ontem jogou-se mais um Porto-Benfica. Este ano dá-se a raridade do Benfica partir como favorito para estes clássicos, mas Jorge Jesus faz o trabalho de os equilibrar. Jogar com alguns suplentes é uma estratégia com poucas desvantagens, se perdes é porque jogaste com a equipa B, se ganhas acabas por dar uma humilhaçãozinha ao adversário.
 
Jesus tem-se salvaguardado na opção pelo campeonato para fazer esta rotação, diz que aprendeu, no entanto todo e qualquer adepto do Benfica deve lembrar-se que este já era o discurso da época passada, e mesmo de há duas épocas. Olhando mais a fundo, a própria rotação é um decalque da época passada, pois já aí era feita com esta falta de parcimónia. Esta época nota-se mais uma ou outra embirraçãozinha que ditará certamente mais alguns dissabores. Maxi começa a ficar estoirado e a distribuir pancada, mas Jesus implicou com o André Almeida depois das suas declarações sobre o comboio para o Mundial, para piorar deixou de ser agenciado pelo propalado superempresário Jorge Mendes que foi a gota de água que fez transbordar o copo. Esta época não voltará a calçar, possivelmente poderá nem voltar a calçar com Jesus, com prejuízo óbvio para o Benfica e para a rotatividade da lateral direita. Não há descanso para os centrais, que têm jogado praticamente todos os jogos. A rotatividade do meio tem-se limitado a apenas um jogador, excepto por impossibilidade de Fejsa.
 
Ainda há algum campeonato para jogar, e ontem já se notou que, querendo fazer descansar jogadores, há muito por onde melhorar.
 
Luís Castro, de interino a principal?
 
Sou um admirador das capacidades e estilo de Luís Castro. Para ser honesto só comecei a seguir o seu trabalho esta época com a equipa B, mas impressionou-me pelo discurso e pela forma como colocou uma equipa aparentemente frágil a jogar à bola como gente grande. Não esperava que tivesse este teste de fogo, mas quem o esperava no início da época?
 
Luís Castro é um treinador à Porto. Bem falante, auto-confiante, inteligente. Sabe quem manda na casa, não inventa. Tem uma enorme capacidade motivacional e é rato na forma como arma as equipas. Neste momento apenas a popularidade joga contra ele, pois Pinto da Costa está, agora podemos dizê-lo com menos dúvidas, em fase descendente da carreira e pode tentar, pelo populismo, ir buscar o Marco Silva, o treinador que os portistas desejam, ganhando mais algum tempo de calma como presidente. Vamos ver.
 
O que é certo é que o Porto está novamente a jogar à bola. Voltou à fórmula clássica de apenas um trinco e dois médios completos, tem agora um criativo nas alas (Quaresma), para dar aquele toquezinho de classe que faltava anteriormente, e mal Jackson volte ao que era, provavelmente o Porto também passará a outro patamar futebolístico.

Ontem dominaram o jogo por completo. A rotatividade do Benfica não resultou bem, mas não explica tudo. Amorim tem aquele estilo de veludo, que o torna mais permeável em jogos rasgadinhos como o de ontem, e o Fejsa sozinho tem tendência a se encostar mais aos centrais. Ontem viu-se muito isso. Ninguém caiu na sua área, Amorim não foi incisivo na pressão, Fejsa baixa a linha e fica na zona de ninguém.

No ataque notou-se o medito do Salvio, que até começou bem, mas mal levou uma entrada mais dura (salvo erro do Herrera) encolheu-se até ser substituído. Custa-me a imaginar o Suleimanj dos 16M, Cardozo está completamente fora de forma.

O Porto não tem culpa disso e fez o seu trabalho. Pressão alta e rápida, tirou bola ao Benfica e fez o seu jogo. A espaços o Benfica ainda tentou aparecer, mas de forma inconsequente. Um cabeceamento à baliza como cartão de visita é claramente pouco. Podiam ter perdido por mais.

Se o jogo fosse a sério seria muito equilibrado, e fico à espera do jogo do Campeonato, onde espero um enorme espectáculo com as duas equipas a jogar na máxima força.

Que ganhe o melhor!

2 comentários:

  1. O Porto podia ter acabado ontem com a eliminatória..

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