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5 de março de 2014

O fim de Paulo Fonseca: balanço e razões para o fracasso

Chega ao fim a aventura de Paulo Fonseca no FC Porto, tendo sido confirmada hoje à CMVM a rescisão do contrato. Luís Castro, até então treinador da equipa B dos dragões, fica interinamente no comando.


É altura de fazermos um balanço ao percurso no FC Porto, do treinador sensação da época passada.

Paulo Fonseca chega ao campeão nacional em Junho do ano passado. O percurso começa carregado de ambições e com o embalo de uma sensacional época no Paços de Ferreira, que culminou no 3º lugar e na melhor época da história dos “castores”. Apesar do êxito, Fonseca tinha no seu currículo apenas uma época no principal escalão nacional e uma inerente inexperiência.


O percurso de Paulo Fonseca:


Liga Zon Sagres:
13 vitórias
4 empates
4 derrotas

Supertaça de Portugal:
1 vitória

Liga dos Campeões Europeus:
1 vitória
2 empates
3 derrotas

Liga Europa:
2 empates

Taça de Portugal:
4 vitórias

Taça da Liga:
2 vitórias
1 empate

Total:
21 vitórias (57% do total de jogos)
9 empates
7 derrotas


Fonseca até começa a época com a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira e uma bela exibição. Seguem-se 4 vitórias na Liga Portuguesa e a única vitória Europeia, perante o Austria de Viena. Curiosamente é no reduto do Estoril que começa o ciclo de maus resultados, ao qual se seguem sucessivos desaires Europeus com os comandados de Fonseca a não conseguirem historicamente ganhar um único jogo, no Estádio do Dragão. O FC Porto era eliminado da Liga dos Campeões sem brilho e com apenas 5 pontos, os mesmos do Austria de Viena que apenas permitia que os portistas seguissem para a Liga Europa pelo confronto direto.


Fonseca “ganha algum oxigénio” ao vencer o Sporting CP no Dragão, mas as exibições mal conseguidas e os erros defensivos sucedem-se. Os dois médios defensivos que Fonseca implementa geram polémica e o treinador vai alterando sucessivamente o 11 inicial. Quintero, que tinha ganho algum protagonismo no inicio da temporada, vai caindo para fora do lote dos convocados. Defour, Kelvin e mesmo Otamendi acabam fora das escolhas. O último destes acaba mesmo transferido para o Valência.


Depois do empate contra o Nacional e derrota contra a Académica em Novembro, Janeiro e Fevereiro são o fim de Paulo Fonseca. Com a eliminação da Liga dos Campeões, o FC Porto é derrotado na Luz perante uma superioridade clara do rival Benfica. Segue-se a derrota na Madeira contra o Marítimo, a derrota contra o Estoril no Estádio do Dragão (no qual o Porto não perdia para a Liga à 5 anos) e o último empate em Guimarães. Pelo meio, o apuramento para os oitavos de final da Liga Europa é conseguido, após empate a duas bolas no Dragão, apenas nos instantes finais do jogo de Frankfurt.


Durante todo este período o técnico não conseguiu criar um estilo de jogo próprio, segurar uma defesa que nos anos transatos era uma muralha chave do sucesso do clube, escalar as capacidades dos seus jogadores (exemplos são Quintero, Kelvin, Josué, Ricardo ou até um desinspirado Jackson Martinez)  e unir um grupo que várias vezes pareceu estar afastado do treinador. Num ingrato balanço final aos números, Fonseca acaba por conseguir vencer apenas 57% do total de jogos, número claramente insuficiente para um clube habituado sistematicamente a ganhar.


Um ciclo que após vários pedidos de demissão e uma inoperância total nas conferências de imprensa chega hoje, 5 de Março de 2014, ao inevitável fim.

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