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6 de março de 2014

A falta que faz um 8

Para perceber o que foi o FC Porto de Paulo Fonseca, ou melhor, para o que não foi, é preciso olhar para aquela que foi a grande pedra no sapato do jovem treinador: a falta de um número 8.

Durante as últimas três temporadas, à semelhança do que já fizera com a camisola do Sporting, João Moutinho foi o principal construtor de jogo dos Dragões. Rápido a recuar no terreno para recuperar a bola, inteligente na leitura da jogada de ataque e na desmarcação dos colegas, Moutinho era o compasso que permitia manter a orquestra azul e branca a tocar de forma afinada e sempre ao mesmo ritmo.

Com a saída do número 8 para o Mónaco, durante a pré-temporada, surgia a questão do sucessor. Josué era, pelo menos no dorso da camisola, o 8 natural. Chegado do Paços de Ferreira, juntamente com o treinador, caber-lhe-ia a tarefa de fazer esquecer Moutinho, assumindo-se como o patrão do meio-campo.

O problema é que, no terreno de jogo, Josué deixou os créditos por mãos alheias. Em 28 jogos desde início da época - incluindo competições europeias, campeonato, Taça da Liga e Taça de Portugal - Josué apenas por seis vezes actuou o jogo inteiro, além de acumular mais oito jogos em que foi suplente não utilizado.

Com o baixo rendimento de Josué, Paulo Fonseca procurou então em Lucho González a solução para reanimar o meio campo azul e branco. Não obstante a elevada qualidade do argentino, os 33 anos de Lucho já não lhe permitem a velocidade de Moutinho.

Se ao meio campo do FC Porto faltava lucidez na hora de dinamizar o ataque, os problemas de Paulo Fonseca agudizaram-se com a saída de Lucho em Janeiro, para o Al-Rayyan (Qatar). Desde a saída do argentino, em 11 partidas o FC Porto perde por duas vezes (Marítimo e Estoril para o campeonato) e soma três empates (duas vezes com o Eintracht Frankfurt para a Liga Europa e com o Vitória de Guimarães). Com a agravante de que tanto no Estádio do Dragão com o Frankfurt como em Guimarães contra o Vitória, os campeões nacionais foram incapazes de segurar uma vantagem de dois golos.

Se a saída de Paulo Fonseca - que desgastado pedira a demissão pela terceira vez - é a solução mais fácil para o problema, sobretudo numa altura em que o mercado de contratações está fechado, a grande questão é a de como irá Luís Castro resolver o problema do meio campo azul e branco até final da temporada.

Será o ex-treinador da equipa B capaz de encontrar no actual plantel um verdadeiro 8, capaz de olear novamente a engrenagem portista e, assim, voltar aos resultados positivos?

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