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24 de março de 2014

Os 5 Monumentos do Ciclismo - Volta à Flandres

O segundo monumento da época, a Volta à Flandres (Ronde van Vlaanderen), decorre na Bélgica, mais exactamente na parte norte do país,

Deixando para trás as confortáveis estradas Italianas da Milan-San Remo (MSR), onde a grande dificuldade era a distância percorrida (quase 300km), os ciclistas percorrem um percurso de 259 km que os vai levar a superar 17 hellingen (colinas).



Efectivamente, esta corrida é definida pelo constante sobe e desce que caracteriza a segunda metade da corrida, sendo que estas colinas apesar de curtas (são poucas as que superam o quilometro e a maior delas possui uma extensão de 2200 metros) são de uma inclinação bastante agressiva (atingindo uma inclinação máxima de 22%).

Para dificultar ainda mais o percurso, faltou referir que algumas das estradas que os ciclistas percorrem para superar estas colinas não são alcatroadas, mas sim com paralelo. Não admira portanto, que seja comum ver ciclistas perderem o equilíbrio e apearem-se da bicicleta, tendo de a empurrar até ao topo das colinas com inclinações mais acentuadas.



Todos aqueles que aspiram à vitória nesta prova têm, além de conseguir passar as subidas e dominar a bicicleta em cima do paralelo, ter uma atenção extrema à sua posição no pelotão à entrada destas colinas, visto que as estradas, além de inclinadas e em paralelo, são estreitas e não permitem, em alguns troços, que mais que 2 ciclistas sigam a par.


Quanto às colinas em si, este ano serão 17 a serem ultrapassadas nos ultimos 150 km da prova. Começando pela mais longa das subidas, o Oude Kwaremont, que tem uma extensão de 2200 metros e um pendente médio de 4% e será ultrapassado por três vezes. Seguirá-se uma sequência de colinas mais ou menos inclinadas, mas não deverá ser até à 12ª subida que a corrida será definitivamente lançada.



Koppenberg é uma súbida curta (600 metros) mas com um pendente médio de 11,6% (máximo de 22%) e em paralelo, levando a que, não sendo ainda onde a corrida normalmente se decide, visto distar mais de 40 kilometros da chegada, é onde a primeira selecção de corredores é efectuada. É também onde se obtém das mais bonitas imagens desta corrida.



A decisão da corrida vem, por regra, nas últimas duas súbidas da corrida: a 3ª passagem pelo Oude Kwaremont seguida pela subida ao Paterberg, subida curta (380 metros) com inclinação média de 13,7% (máximo 20%) e que após 245km de corrida e apenas a 14 da chegada normalmente marca a decisão da prova. Foi neste local o que o vencedor de 2013, Fabien Cancellara, efectuou o último ataque que deixou o seu rival Peter Sagan para atrás e pedalou para a vitória isolado.



Quando se consideram os candidatos à vitória nesta prova, três nomes destacam-se: o suiço Fabien Cancelara, vencedor do ano passado e 2010, referência nas provas que envolvem paralelo e que já demonstrou a sua boa forma ao conseguir segundo classificado na MSR; o belga Tom Boonen, vencedor em 2004, 2005 e 2012, sendo que corre em casa mas foi o grande ausente na decisão da corrida em 2013 devido a uma queda logo aos 19 km de prova; e ainda Peter Sagan, o jovem eslovaco que mostrou nos ultimos dois anos (5º em 2012 e 2º em 2013) ter pernas para fazer frente aos dois monstros do paralelo.

A marcação que é efectuada entre estes três corredores pode permitir a um outsider escapar e aguentar a carga até à meta. Entre estes estão antigos vencedores como Stijn Devolder (2008 e 2009) ou Nick Nuyens (2011), Jurgen Roelandts, Filippo Pozzato, Greg Van Avermaet, Niki Terpstra ou Sylvain Chavanel, corredores que já mostraram em edições anteriores poderem atingir o mais alto lugar do pódio na Ronde.

Não é incomum que o vencedor desta prova siga a vencer para o Paris-Roubaix, que se disputa no fim de semana seguinte (tanto Boonen como Cancellara o fizeram por duas vezes), visto serem os dois monumentos que se realizam em estradas de paralelo.

Nota final para o público que normalmente invade as bermas das colinas para ver os seus herois: como a Ronde é considerada um símbolo da Flandres, as bandeiras amarelas com o leão da Flandres pontificam sobre toda a multidão que torce pelos corredores locais, sendo que os belgas venceram 68 das 97 edições da prova que decorre desde 1913, sendo que esta apenas foi interrompida durante a primeira grande guerra.

A resposta à questão do vencedor será respondida já no dia 6 de Abril. Entretanto, pode-se ir abrindo o apetite com as provas que tradicionalmente precedem a Ronde e que se realizam no mesmo terreno: E3 Harelbeke já no dia 28 de Março e a Gent-Wevelgem dois dias depois.

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