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17 de agosto de 2014

Porto 2014/2015

O FC Porto parece ter percebido o que correu mal na época passada, e o que podia inverter no imediato para se tornar mais sólido no futuro.

A estrutura do Porto, e da generalidade dos clubes portugueses, baseia a sua competitividade e crescimento na compra barata e na venda cara. Durante muito tempo foram reis e senhores neste campo, praticamente abandonando a formação, granjeando  reputação internacional, com os jogadores contratados a ficaram com a clara esperança de saída rápida par um clube maior.

As novas regras de fair-play financeiro e a diminuição geral de receitas na Europa vieram prejudicar o arranjinho. Agora nem Portugal é tão atractivo como anteriormente era, nem os clubes médios/grandes de outras ligas europeias procuram comprar o jogador já feito, optando cada vez mais por também formar jogadores. Isto veio prejudicar duplamente o Porto, que perdeu alguns dos clubes compradores, e ganhou competidores na prospecção.

Para convencer jogadores há que lhes dar algo que lhes leve a crer que será melhor jogar em Portugal que numa liga maior. Qual foi a solução portuense? Lopetegui.

Outro treinador sem credenciais e experiência? Talvez, mas com muitos contactos, com muitos conhecimentos, e já com muitas horas de trabalho com quem se espera serem as futuras estrelas da selecção espanhola. É provável que algumas das contratações actuais apenas se devam à presença deste treinador, e apenas por isso Pinto da Costa parece ter voltado a acertar em cheio.


Para a baliza entram Ricardo e o primeiro de seis espanhóis, Andrés Fernández. Fabiano parecia o natural sucessor de Hélton, mas o final da época passada mostrou que nem toda a massa adepta tinha a mesma opinião. As contratações parecem não ter definido uma hierarquia, e assim parece continuar. Fabiano estará sempre a olhar por cima do ombro, pois qualquer um dos colegas parece ter argumentos para segurar a baliza, pelo menos até se ter a certeza que Hélton não volta.

No centro da defesa sai Mangala por uma batelada de guito e Abdolaye, que nunca convenceu, entram Indi e Marcano. À primeira vista parece que o Porto ficou a perder, mas a recuperação de Maicon, o talento que parece ter Indi e a segurança que se reconhece a Marcano parece que chegam para elevar a qualidade da defesa, especialmente porque finalmente se encontraram alternativas a Danilo (Opare) e Alex Sandro (Ángel) para aliviar a carga de jogos que ambos tiveram na época passada. Parecem seguros para suplentes, mas não alternativas imediatas para a titularidade. Ainda há Reyes, mas não sei por quanto tempo.

No meio sai Fernando, pilar da equipa, sendo substituído por Casemiro... ou por Rubén Neves, totalmente desconhecido este júnior que sai da formação directamente para os AA e faz uma pré-época entusiasmante com sequência no primeiro jogo oficial da temporada. Seja qual for a opção, à primeira vista parece que o clube pode ficar tranquilo, havendo mesmo a oportunidade de valorizar um activo da casa, ao invés dum emprestado, que ainda torna a substituição mais interessante. Defour já partiu, mas parece nunca ter feito falta. Herrera fez um grande mundial, e parece que é desta que finalmente se encontrou o substituto de Moutinho. Mais ofensivos temos Quintero e Óliver, sendo que a preferência do treinador parece recair no espanhol, se bem que Carlos Eduardo também tem dado boas indicações, e ainda há Evandro que pode entrar na equipa sem comprometer.

Nas alas aparecem Tello, Brahimi, Quaresma e Sami, num quadro que parece o oposto da época passada. As soluções são muitas e boas, havendo ainda Adrán que também pode descair numa das alas ao mesmo tempo que parece ser o suplente natural de Jackson. Suplente caro, mas mesmo assim parece ser o jogador mais desenquadrado da equipa.

Assim, depois duma boa pré-época, com bons resultados e futebol agradável o Porto, que se vê na posição pouco habitual de não defender o título nacional, parte com enormes esperanças na sua reconquista. Uma equipa jovem e recheada de soluções para todas as posições parece ser rastilho suficiente para alimentar essa chama. Agora resta esperar e ver se toda a teoria dá certo, pois boa parece mesmo que é.
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14 de agosto de 2014

O "Happy One" tem o plantel que quer!

Em declarações à imprensa inglesa, José Mourinho não escondeu as suas emoções quando falou da sua equipa para esta época.

Mostrou-se radiante com as contratações realizadas este ano (Felipe Luis, Cesc Fàbregas e Diego Costa) e disse mesmo que poderá ter uma equipa para ser campeã durante alguns anos.

«Temos o plantel que queremos. É o plantel para amanhã, para a próxima época e tem grandes possibilidades de ser para os próximos cinco ou 10 anos, visto que temos tantos jogadores jovens. Gosto muitos dos jogadores que tenho ao meu dispor», afirmou o "happy one".

«Nenhum treinador no Mundo poderá dizer que o seu plantel é perfeito ou que não tem espaço para melhorar. A única coisa que posso dizer é que gosto muito do meu. O clube fez um trabalho fantástico ao garantir os três reforços que queria. Um lateral esquerdo, um médio e um avançado.»

O Chelsea vai tentar recuperar o título que lhe foge desde a época de 2009/2010
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Pep perde Supertaça...

O treinador espanhol Pep Guardiola ficou desiludido com a prestação da sua equipa no jogo da Supertaça Alemã onde perdeu por 2-0 frente ao Borussia Dortmund.
Reconheceu que teve dificuldades durante o jogo todo e que nunca foi superior ao Dortmund.
«Jogámos bem nos primeiros 15 minutos mas depois tivemos alguns problemas. Na segunda parte recuámos muito. Ainda precisamos de tempo. Tentámos jogar bem mas tivemos problemas no controlo do jogo. Temos de treinar muito», disse Pep Guardiola, 
Guardiola ainda felicitou o Dortmund o treinador rival, Jurgen Klopp pela excelente vitória.
Pep está cada vez mais debaixo de pressão dos adeptos bávaros, que continuam a não estarem convencidos com o treinador espanhol.
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Rojo:Clube vs Fundo

A Doyen Sports, fundo que colocou Marcos Rojo no Sporting, lançou um comunicado, esta quarta-feira, em que responde a Bruno de Carvalho, presidente do emblema de Alvalade que deixou ataques a este tipo de empresas, na última noite, em entrevista à Sporting TV
«A Doyen não interfere, nunca interferiu nem pretende interferir em nenhum clube nem na tomada de qualquer decisão. Os contratos da empresa são transparentes, claros e, contrariamente a outros concorrentes, defendem a total independência dos clubes na tomada de decisões», explica a Doyen no comunicado onde recorda o apoio financeiro que tem dado ao clube do leão.
«Sem a intervenção da Doyen, através do financiamento, o Marcos Rojo não seria jogador do Sporting. Mas mais ainda, em simultâneo realizámos outras operações com o Sporting entre as quais um empréstimo ocasional para o clube poder fazer face às dificuldades de tesouraria que tinha no momento;»
A Doyen deixa ainda um aviso a Bruno de Carvalho: «Queremos deixar claro que não hesitaremos em usar todos os recursos legais ao nosso dispor para defender integralmente todos os nossos interesses e direitos».

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11 de agosto de 2014

Supertaça Cândido de Oliveira 2014

Disputou-se ontem mais uma Supertaça Cândido de Oliveira, desta vez opondo Rio Ave ao Benfica.

O Rio Ave vinha dum jogo enorme nas fases de apuramento para a Liga Europa, jogos motivadores, mas desgastantes, já o Benfica vinha acabadinho de sair duma das piores pré-épocas da sua história. Nunca um favorito parecia tão tremido como este ano. A ambição vilacondense era real e tangível, podiam mesmo ganhar, no entanto apareceu um Benfica transfigurado.


 A entrada de Enzo veio dar qualidade à posse de bola, a de Luisão (e Jardel, já agora) veio dar estabilidade defensiva. Dos buracos da pré-época sobrava Artur na baliza e o substituto de Rodrigo, que acabou por ser Talisca.

A equipa vilacondense pareceu entrar cansada, mas essencialmente surpreendida por um Benfica dominador, com trocas rápidas de bola, qualidade na posse, pelo menos em 3/4 do campo. No último quarto é que residia o problema.

Os avançados estavam muito bem marcados, Marcelo chegou a ser imperial. Na fase final de construção Tarantini tirava tempo aos benfiquistas para pensar, mas era curto para uma equipa. Gaitan fez o que quis do lateral, do outro lado Sálvio e Maxi aplicaram o mesmo remédio, mas a bola teimava em não chegar aos avançados.

Lima nunca conseguiu ser uma referência, Talisca nunca pareceu ser avançado, mas mesmo assim as situações de ataque á baliza (nem sempre ocasiões claras de golo) foram-se sucedendo, após combinações ofensivas interessantes. Há que dizer que se jogou bonito, talvez demais, parecendo o tempo do Artur Jorge.

Chegou o intervalo com a clara sensação que era uma questão de tempo até o Benfica chegar ao golo, ou mesmo golos, dada a inoperância ofensiva do Rio Ave.

O segundo tempo foi um bocado diferente, o Rio Ave (até com as alterações feitas) surge mais ofensivo, se bem que sem causar perigo real, o Benfica jogou de forma mais mastigada e menos objectiva, mas ainda assim criando algum perigo efectivo. Ou Marcelo, ou Cássio ou um qualquer defesa em cima da linha foram salvando o golo que parecia inevitável, mas que nunca chegou. O Benfica foi ficando cansado e muito menos eficaz.

No prolongamento a toada continuou, mas num vislumbre de tragicomédia o Rio Ave quase marca num "momento João Pinto" de Jardel, que ao minuto 118 faz um corte para a trave de forma a não ceder canto. Seria um golpe rude e nada merecido, diga-se.

Nas grandes penalidades Artur, que havia tremido durante todo o encontro, tornou-se o herói da partida. Continua a não ser guarda redes de clube grande, mas já valeu um trofeu.

Na minha modesta opinião o jogador do encontro seria Marcelo, central vilacondense imperial durante toda a partida.

Arbitragem pouco em foco, com algumas mãos duvidosas na área, mas ainda assim positiva.
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5 de agosto de 2014

Sporting 2014/2015

O Sporting perde esta temporada o epíteto de outsider entrando directamente no rol de candidatos ao título. Com a fama de ter um plantel eternamente jovem, isso começa a não ser inteiramente verdade, já que a equipa entra a passos largos em fase de maturação.

Neste momento, e correndo o risco desta análise se tornar completamente desactualizada (como a do Benfica), se tentasse formular um 11 titular para o Sporting corria o sério risco de não colocar qualquer reforço na equipa, já que os novos jogadores aparecem para suprir eventuais saídas ou reforçar algumas posições em papeis teoricamente secundários, criando alternativas para o incremento esperado de jogos durante esta época.

Numa análise superficial e pouco honesta, este facto poderia tornar-se um corta entusiasmo, mas na realidade não o foi, já que está claramente visível que a equipa parte com a motivação em alta, tem jogado bonito, organizado e de forma consistente, empolgando-se e também aos adeptos. Isto parece muito bonito quando estamos de fora, mas parece que o Presidente Bruno de Carvalho tem acertado nas acções (embora por vezes exagere nos discurso), algo que o clube desesperadamente precisava. Surpreendeu-me um pouco pelo investimento feito, algo contra-natura com o passado recente, pois parece ter retirado espaço a algumas alternativas, no mínimo, interessantes que lentamente surgem na equipa B do clube, estando inclusive neste momento com saldo negativo nas transferências (relembro que William ainda permanece no plantel, e as alternativas à sua saída já estão contratadas).
 
Começando a análise mais específica pelo treinador, parece-me que BdC acertou em cheio. Marco Silva veio manter a estrutura da equipa, alterando ligeiramente o estilo de jogo para um futebol mais ofensivo e lateralizado, mais jogo na linha, jogadas mais rápidas, jogo mais fluído. O discurso é coerente, ambicioso e sem cair no populismo fácil. Começa aqui a sua prova de fogo, pode neste capítulo da sua carreira definir todo o seu futuro.
 
Na baliza não há qualquer alteração, e nesta fase da janela de transferência não vislumbro hipótese de grande negócio, pelo que aparentemente Patrício se manterá dono e senhor da baliza verde. Mesmo saindo Patrício, Boeck tem tudo para fazer uma época tranquila, mas já seria necessária uma incursão no mercado para encontrar uma alternativa.
 
Na defesa entram Paulo Oliveira, Naby Sarr (e não Nabiçá como insistentemente pronunciam o seu nome na comunicação social) e quiçá Rabia, que também pode dar uma perninha a trinco fazendo o papel de Dier que optou por partir para terras de senhora Majestade.  A eventual saída de Rojo está acautelada. Se Rojo sair, pelo menos numa fase inicial, a qualidade defensiva será certamente menor, mas o potencial de evolução de todos os jogadores chegará certamente para rapidamente encurtar diferenças. Noto também a aparente falta de alternativas para as defesas laterais, que agora parecem destinadas a abrir espaços a jogadores da equipa B.
 
No meio há a entrada de dois nomes sonantes, Rosel, trinco com a escola do Barcelona, um jogador equilibrado, posicional, muito competente, aparentemente um clone (com a devida distância) de William, contratado para o substituir em caso de necessidade, e especialmente Gauld o jovem escocês com um toque de bola entusiasmante, que todos esperam que seja capaz de gradualmente mostrar todo o potencial que todos lhe reconhecem. Ter sido a contratação mais cara do clube pode não o ajudar, especialmente não se vislumbrando entrada directa no 11, mas se tiver vontade, paciência e cabecinha, deverá ser uma questão de tempo até entrar na equipa (com tempo não digo que seja esta época). Slavchev nunca me pareceu um jogador capaz de tirar Adrien ou André Martins da equipa inicial, mas com o acumular de jogos pode desempenhar um papel importante na rotação de equipa. Shikabala aparece com esperança de ter um papel mais importante na equipa, mas o seu posicionamento em campo remete mais para jogos em que seja necessária alguma alteração táctica, não me parece que passe de suplente utilizado esporadicamente.
 
No ataque entra o surpreendente Tanaka, que neste momento começa a dar dores de cabeça ao treinador pela excelente pré-época que está a efectuar para fazer concorrência à nova coqueluche da massa associativa, Slimani, que há uma época atrás ninguém esperava ver no papel que desempenha hoje. Montero aparece remetido para um papel secundário, ultrapassado pelo argelino, no entanto ainda há a duvida acerca da continuidade de Slimani. BdC não parece interessado em o deixar sair, pois há a hipótese real do clube encurtar etapas e montar uma séria candidatura ao título, filme em que Slimani desempenharia certamente papel principal. Nas alas mantém-se tudo igual, com a eterna venda Capel a manter-se e aparentemente como titular, um renovado Carrilho muito mais consistente e o explosivo Mané que procura afirmar-se definitivamente esta temporada.
 
São justas as expectativas criadas pela massa adepta do clube. Parafraseando o mítico Paulo Bento, este Sporting está forte, e não me surpreenderia ver uma entrada de rompante na liga. Fruto de planeamento antecipado, não precisa de andar a correr atrás de nada, ou a construir equipas. Está tudo feito e nada se inventa. Será desta?
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10 de julho de 2014

Benfica 2014/2015

Dos três grandes será certamente o Benfica que parte para o início da nova época envolto em mais indefinições com o plantel. Este facto começa a tornar-se tradição em cada novo defeso, provocando constantemente problemas cardíacos a cada um dos seus adeptos.



Duma equipa campeã, vencedora da Taça e Taça da Liga, finalista da Liga Europa notam-se já algumas perdas trabalhosas, a começar por Oblak que parecia ir ter mais uma época relegado para um papel secundário e de repente volta a demonstrar o seu fundo mercenário de pessoa sem valores não comparecendo, novamente, para o início dos trabalhos. Fala-se de Forster ou Belec. Forster é um nome consensual, um grande guarda-redes inglês, internacional, que certamente entraria directo na equipa, Belec não mostrou muito em Portugal, e embora mais barato não oferece tantas garantias como o primeiro. O caso é bicudo, porque restam Artur e Paulo Lopes (se não se reformar).

Na defesa saem Siqueira para entrar Djavan e Benito, ambos diferentes de Siqueira e qualquer um deles sem aparentar estaleca suficiente para pegar de estaca.
Garay será sempre difícil de substituir, embora já cá estivesse Lizandro Lopez, também pré-seleccionado para a Argentina, que aparenta ser um central de grande qualidade. Chegou também o brasileiro César para somar a Jardel.
Chegou também o Luis Felipe, eterno amor de Jesus, para a lateral direita que certamente tirará espaço a Cancelo se Maxi acabar, como se prevê, por não sair.

No meio saem André Gomes e Fejsa estará lesionado até ao Natal. Depois de falhadas as contratações de Cristante e e Gerhardt a única entrada para este sector mais recuado será a de Pawel Dawidowicz, aparentemente para a equipa B, mas que poderá ter uma promoção inesperada.

Fariña, que pessoalmente não conheço, parece ter a aprovação de Jesus para uma eventual adaptação ao papel de Enzo, que tem a saída mais que anunciada. Metade das invenções de Jesus funciona, talvez esta seja mais uma delas.

Mais para a frente fala-se de Talisca e Victor Andrade. Nenhum deles aparenta ser um Rodrigo, mas talvez mais parecidos com Djuricic, jogador que nunca conseguiu encaixar no sistema de Jesus, mesmo que pontualmente demonstrasse possuir talento acima da média.

Nas alas entra Candeias, Pizzi e John para, até agora, nenhuma saída. Esta confusão de extremos pode vir a causar problemas futuros na gestão de egos. As entradas parecem não acrescentar qualidade imediata. Quer Candeias quer Pizzi têm valor, mas dificilmente roubarão o lugar a Salvio ou a Gaitan, que no final de grandes novelas acaba sempre por ficar no clube. Aparentemente sairá Markovic. Espero que por uma boa quantia. Os negócios têm sempre que ser feitos.

Para a frente volta a faltar a substituição de Rodrigo depois de muitas contratações falhadas. Derley pode surpreender após uma boa época no Marítimo, mas o mais certo é não o conseguir fazer. Funes Mori também já saiu por empréstimo e é agora um problema temporariamente resolvido. Sobram Jara e Nélson Oliveira. O segundo uma eterna promessa, que parece não ter caido no goto de Jesus, já Jara, depois de alguns empréstimos na Argentina parece regressar em força. Será este o seu ano?

Por fim a novela Jesus, que está no último ano de contrato, e nunca se sabe o que lhe irá passar pela cabeça. Com o coração encostado à boca por vezes cai no ridículo manchando a sua imagem e a do clube. Aparentemente isso não diminuiu a sua imagem nos mercados periféricos, como França ou Itália ou mesmo perante o Presidente.

O Benfica parte como favorito, até por ser o campeão em título, mas esta época não deverá ter a vida facilitada.
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4 de julho de 2014

A bola volta a rolar

Numa época com futebol total, já que ainda decorre o Mundial no Brasil, eis que a bola volta a girar cá no nosso tasco. As equipas apresentam-se cheias de esperanças e novos Messis, com uma quantidade enorme de candidatos ao título. Os adeptos degladiam-se ainda de forma saudável...


Para mim é a melhora fase da época. As equipas ainda são as maiores, e os adeptos ainda não se insultam entre si. Todos são campeões do defeso.

Mencionando defeso, o mercado está muito mudado. Contratações a "custo zero" ou com baixo valor de aquisição têm sido a regra, e todos esperam ter encontrado ouro. Ainda há imensas dúvidas nas constituições dos planteis, e como sempre ansiamos por dinheiro fresco dos clubes ricos.

Nos próximos dias darei uma pequena opinião sobre os planteis dos três grandes, e quiçá sobre o Mundial, mesmo que este não me tenha entusiasmado muito.
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10 de junho de 2014

Defeso, a fase mais agitada duma época desportiva.

Todas as épocas têm um final/início agitado, o defeso. É nesta altura que as cabeças andam mais agitadas com a bola. Todos os jogadores dos clubes aparecem nos escaparates como sendo prováveis vendas milionárias, todos os dias se compram futuros Cristianos Ronaldos, chegando ao final de cada defeso, nem 1/3 dos jogadores são vendidos, e ainda menos conseguem tornar-se ídolos dos adeptos.

Pessoalmente é a minha fase favorita da época, provavelmente por ter sido um aficionado do CM, esperando avidamente pela época de transferências para comprar meia Argentina, e vender a outra metade, no entanto cada defeso se vem tornando mais pobre. A crise chega a todos e estamos muito dependentes do dinheiro fresco que alguns magnatas têm para ir injectando nos clubes.

Um clube vendedor vive sempre no eterno problema de substituir os seus melhores jogadores, esticando ao máximo a corda nas vendas, encolhendo o que consegue nas compras, num processo muitas vezes de contexto duvidoso.

No panorama actual são estes clubes que assumem o risco da descoberta, muitas vezes com prejuízo da própria competitividade, para que depois os clubes mais indinheirados comprem os jogadores já feitos, agora por cada vez menos dinheiro.

A falta crónica de dinheiro faz com que todas as épocas se olhe para dentro dos próprios clubes, se prometa desinvestimento, mas na prática isso é conversa de cordel, já que as estrelas continuam a ser substituídas, e nem sempre se acerta. A bolha tem continuado a crescer, e pessoalmente não sei até onde a conseguimos aguentar.

A nível interno, e falando dos 3 grandes, aparentemente o Porto será quem terá menos trabalho a substituir jogadores. A saída de Fernando é conhecida desde Dezembro, tiveram mais que tempo para planear, Jackson poderá dar mais trabalho, mas basta conseguirem investir metade do eventual valor de venda para reduzirem o risco de forma substancial. Pior ficarão se o dinheiro for usado para reforçar também outras zonas, aparentemente deficitárias, aí o risco será sempre superior. Mangala tem boas hipóteses de continuar mais uma época.

A seguir vem o Sporting pela incógnita que neste momento é. William é para mim o melhor jogador do nosso campeonato, mas poderá não jogar no mundial (embora eu creia que o merece). Tenho sérias duvidas que algum tubarão venha abrir os cordões de forma substancial (valores superiores a 30/35M), mas olhando por alto para o clube, seria para vender, para paulatinamente ir acabando com o cancro dos passes partilhados. Por metade do valor recebido, podia-se escolher o substituto com tranquilidade, e ainda sobraria o suficiente para suprir novas saídas. Patrício é falado todas as épocas, mas dada a especificidade da sua posição deverá continuar. Começa a passar o timing ideal para a sua venda, mas caso faça um bom mundial, pode sair. O clube também me parece servido internamente, logo tudo o que viesse seria lucro. Rojo é alguém de quem se fala, com o clube a apenas possuir pequena parte do passe. Qualquer venda não se traduziria numa entrada significativa de capital, mas um clube que tem Dier a marinar, pode dormir descansado... aparentemente.

O Benfica, caso sofra metade da razia falada, também já não poderá dormir descansado. Rodrigo já foi e ainda não se encontrou a alternativa. Relembro que o Benfica tem dois jogadores de características algo similares a rodar (Nélson Oliveira e Jara), mas se bem conheço LFV não irá passar sem mais um nome (já foi comprado um avançado, mas provavelmente sem capacidade para entrar directamente na equipa). Siqueira também já foi e para o seu lugar contrataram dois defesas, um que ataca e outro que defende, num filme já visto noutras ocasiões e com resultados, no mínimo, duvidosos. Garay também deve estar de saída, mas aqui as alternativas deveriam ser internas, pois há centrais para todos os gostos, quase todos capazes de desempenhar a tarefa com brio. Gaitán é a eterna venda, e parece que também não vai ser este ano que sai. O clube tem inúmeros alas, nenhum como este, obviamente, mas a sua venda é esperada. Havendo uma proposta o clube acabará por aceitar. Não há outro Gaitán, mas há jogadores com qualidade. Vão os anéis, ficam os dedos. Enzo é o problema principal. Ataca e defende, tem garra, qualidade técnica e de passe, experiência... substitui-lo de forma directa será muito difícil, interna ou externamente, mas o clube irá sobreviver, como sempre. Pena é que o valor real do jogador não será traduzível em valor de mercado, mas para vender por um valor que se veja, será agora.

Venha a próxima venda.
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26 de maio de 2014

Vencedor da Champions League.

Disputou-se este sábado a final da Liga dos Campeões num jogo que opôs um lobo com pele de cordeiro, e um lobo vestido de smoking. Após uma época impressionante do Atlético, havia uma boa franja adeptos de futebol que gostariam que levasse o troféu. Aquele futebol de raça, como numa permanente luta de David contra Golias é muito interessante, mas preza-se a grandes correrias e desgaste, e isso notou-se neste jogo. O "mítico" Casillas pode ser o menino querido dos adeptos, mas no que toca a regularidade não é, nem de perto, dos melhores e por pouco não ofereceu a Taça aos rivais de Madrid.

Num futebol algo individualizado, que se nota ainda mais quando Modric apaga, o Real foi paulatinamente superiorizando-se ao Atlético, e a partir do minuto 70 já toda a gente esperava um golo. Surgiu nos descontos, podia ter surgido antes. Com este cenário de estoicismo cada vez mais me parece que foi o egoísmo de Diego Costa, que privou a equipa duma substituição logo aos 9 minutos com a sua brincadeirinha, que tirou a Taça aos seus colegas.

O Real foi um justo vencedor. No prolongamento nas pernas que já tinham acabado há 20 minutos, juntaram-se à fé que acabou com o golo de Sérgio Ramos e tudo se desmoronou.

Parabéns ao vencedor.


No entanto tenho para mim que o verdadeiro vencedor da Champions foi um português de nome Jorge Mendes. O superagente agenciava não mais que 8 atletas (se não me esqueço de ninguém). Di Maria, Pepe, Coentrão e Ronaldo do lado do Real, Tiago, Diego Costa, Adrian Lopez e Miranda do lado do Atlético. Quase uma equipa inteira nas mãos do mesmo agente. O Real Ter gajo ainda deixa o nosso Ronaldo na poule para nova bola de ouro, e ainda nem houve o campeonato do mundo. Que grande jackpot.

Quando se fala à boca pequena da sua influência na construção de planteis, eis que esta montra mostra a qualidade do seu portfólio. Dum lado meninos de gala, do outro guerreiros insaciáveis, ambos duma qualidade ímpar.
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21 de maio de 2014

A Liga ainda não terminou.

Com o campeonato quase a terminar (falta apenas a segunda mão do play-off de subida/descida entre o Paços e o Aves) deixo aqui um brevíssimo resumo de como vi cada uma das equipas esta época.

Benfica

Mau início de época, após uma pré-época mal conseguida. Todos vaticinaram a saída do treinador, mas contra todo o mundo Luís Filipe Vieira segurou Jorge Jesus com os resultados que agora se conhecem. Com um estilo de jogo menos fulgurante, mas mais consistente, a equipa não encontrou adversário interno, conseguiu rodar a equipa (como em épocas anteriores) e mesmo assim ir ganhando. Acabou a época em sofrimento, algo que já foi visível no final da Liga Europa, e gritante na final da Taça de Portugal. Fica na história ao ser a primeira equipa a conquistar 3 competições internas (a Supertaça não costuma ser contabilizada por ser jogo único, mas quem quiser pode contá-la, não faço disto um cavalo de batalha). Um ano para ficar na história do clube.

Sporting

Iniciam a época como underdogs, mas sem que ninguém se aperceba vão conquistando o seu espaço e consolidando o seu jogo. Apenas atingiram um dos seus objectivos, a entrada directa na Liga dos Campeões, mas a eliminação precoce das restantes competições pode ter sido o tónico para a caminhada muito positiva na Liga. Jardim foi parte importante no processo, com algumas decisões corajosas, mas essencialmente há que enaltecer o presidente Bruno Carvalho, que aparenta querer recolocar o Sporting no caminho correcto. No final da época perdeu-se algum do fulgor inicial, algo que pessoalmente não percebo, pois esperava que fosse nesse forcing final que iriam fazer alguma sombra ao Benfica, com muito mais minutos nas pernas. A equipa foi claramente suficiente para consumo interno, sem invenções ou grandes protagonismos individuais (William Carvalho foi a excepção, sendo para mim o melhor jogador deste campeonato com alguma folga), mas com um colectivo a funcionar excepcionalmente.

Porto

Alguns erros na concepção do plantel minaram o trabalho à partida. A falta de alternativas para a defesa lateral, a ausência de extremos rápidos e tecnicamente evoluídos, e um meio campo claramente inferior ao habitual do histórico recente do clube fizeram com que os adeptos não iniciassem o campeonato com a confiança habitual. A mudança do treinador fez o resto. O facto de ser o Porto resolve metade dos problemas, mas esta época foram tantos, e tantas as decisões duvidosas que pouco houve a fazer. A época arrastou-se entre exibições medianas ou simplesmente fracas, com pouca ligação entre sectores, pouco espírito de grupo, pouca garra e vontade de vencer. A partir de certo ponto apenas se esperava pelo final do campeonato, e quanto mais rápido chegasse, melhor.

Estoril

Mais uma época a grande nível, com Marco Silva a mostrar que é treinador para outros voos. Um grupo sólido, com futebol agradável e de tendência ofensiva tornou o Estoril a confirmação deste campeonato. Uma participação europeia sem brilho, mas também sem envergonhar as cores do clube, que teve o mérito de não se deixar deslumbrar por essa conquista. No último jogo do campeonato tinha mais 10 jogos das pernas que o seu adversário, e o melhor que consigo dizer é que não se notou. Alguns valores individuais poderão dar um salto para outros clubes, mas a verdadeira força da equipa foi o colectivo.

Nacional

Quase sem se dar por eles eis que chegam à qualificação europeia. Superiormente trabalhados por Manuel Machado, o Nacional pecou por alguma inconsistência, perdendo pontos onde não se esperava inicialmente, e ganhando outros que eventualmente não estariam nas contas. O aparentemente folgado 5º lugar não foi assim tão simples de obter, começando de baixo para cima, a luta pela Europa esteve ao rubro até bem perto do final do campeonato, sendo o Nacional o clube com mais estofo no lote dos pretendentes, tendo ganho o lugar com mérito.

Marítimo

Olhando simplesmente ao plantel, podíamos esperar algo mais deste Marítimo. Era altura de alguns jogadores passarem de promessas a certezas e isso nunca aconteceu. Um clube vive de vendas, especialmente agora que o dinheiro do governo regional já não chega para tudo e mais umas botas. O mérito de meter a malta da B a render na equipa principal não foi tão evidente esta época, o que associado a algumas contratações menos conseguidas e o aparente desgaste do relacionamento do treinador com os jogadores fez o resto. Considerando tudo isto, acho que a classificação final se adequa ao mérito do clube.

Setúbal

Forte candidato à descida de divisão, acaba a época num excelente 7º lugar, superando qualquer expectativa. Couceiro teve o toque de Midas, valorizando imensos jogadores, acertando nas contratações e empréstimos e, mais que tudo isso, metendo a equipa a jogar à bola de forma alegre e ofensiva. Carregados de malta nova, que certamente trarão muitas alegrias ao clube, fica aqui já o meu voto de surpresa da época.

Académica

A minha Briosa ficou algo aquém das minhas expectativas iniciais, mas olhando a planteis e orçamentos ficou enfeixada no grupo a que realmente pertencia. Com uma solidez defensiva apreciável, pecou na dinâmica ofensiva. Podemos falar na história da manta, o próprio treinador foi pedindo mais meios, e começamos a imaginar outros voos para Sérgio Conceição. Espero que fique mais uma época no clube, que se deixe de comprar por atacado e que a próxima época seja ainda melhor. Vale que esta época não se ficou com o credo na boca até ao fim.

Braga

Um bonito banho de realidade. No futebol não se acerta sempre, embora alguns tenham o mérito de acertar muito mais. Esta vinha a ser a realidade do Braga, que esta época estoirou. Um plantel claramente inferior ao de épocas anteriores, onde eu não via grande potencial para voos maiores. Esta parece-me a classificação adequada a este Braga, não por demérito de qualquer treinador, mas porque apenas é o seu valor. Há muito trabalho a fazer nesta pré-época.

Guimarães

Rui Vitória faz milagres, mas nem tantos. Continuo a achar que o plantel do Vitória é fraquíssimo, com uma ou outra excepção pontual, e que  corre sérios riscos de se afundar se alguma coisa correr mal. Esta época houve vislumbres dessa realidade, se bem que acompanhados duma interessante campanha europeia. Para sobreviver há que continuar a realizar este trabalho, e esta época deu para ver que o treinador é um mágico que mantém tudo colado e a funcionar.

 Rio Ave

Quiçá pudesse fazer muito mais, mas a partir de certa altura focaram-se nas Taças, perdendo alguns pontos aparentemente acessíveis no campeonato. Nuno Espírito Santo fez um óptimo trabalho, mas também tinha óptimos jogadores, pelo menos bem melhores do que agora se faz crer. Uma equipa sólida, com nomes conhecidos do nosso campeonato, bem trabalhados, colectivamente empreendedora. Mesmo aceitando que a época foi memorável, tenho para mim que podiam ter feito bem melhor no campeonato. Na próxima época garantiram competições europeias e a presença em mais uma final.

Arouca
Uma surpresa agradável. Sobe de divisão e reforça-se de forma a ter um 11 interessante, mas pouco mais que isso. Um estilo de jogo pouco interessante, mas necessário dadas as características (ou armas) da equipa. Nunca pareceram estar no mesmo campeonato do Olhanense, p.e., mas eram claros candidatos à descida, e a época da equipa de Pedro Emanuel só pode ser considerado positivo.

Gil Vicente

Nova decepção. O Gil parece aquele clube que promete muito, mas chegando à hora da verdade nunca passa dessa mesma promessa. Alguns nomes interessantes, uma dinâmica de jogo interessante, no entanto sem grandes resultados práticos. Passam, por culpa própria, boa parte da época aflitos, quando podiam ter resolvido mais cedo a classificação final.  Em termos de classificação geral, olhando ao Guimarães, mais podia ter sido feito por João de Deus.

Belenenses

Para mim a incógnita inicial da época. Desde cedo me pareceram os companheiros naturais do Olhanense, mas lá foram pontuando aqui e ali, por vezes de forma surpreendente. Dado o seu historial, pode perfeitamente conseguir consolidar-se na Liga, especialmente se esta alargar mais um pouco, mas têm de fazer mais que isto. Primeiro que tudo meter todas as individualidades a contribuir para a equipa, algo que não foi muito visto esta época.

Paços

Ainda sem certezas sobre a permanência, é desde já a decepção da época. Passa do play-off  da Champions, para o play-off de descida. Impressionante. Foi feito um esforço pela direcção, providenciando alguns nomes conhecidos do meio futebolístico ao treinador, mas estes nunca pareceram muito motivados ou empenhados. A própria escolha de treinador mereceu críticas, mas agora parece consensual que estes não foram o problema da equipa. Iniciando em Costinha, passando por Calisto (o bombeiro do clube) e acabando em Jorge Costa, os jogadores sempre pareceram perdidos em campo, e pouco merecedores da camisola que vestiam. Terá sido o Paços maior que a perna? Talvez. Gostava que se mantivessem, mas se descerem pode ser que esta dose elevada de realidade volte a reorientar o clube nas suas políticas anteriores, tantas vezes elogiadas em vários programas televisivos.

Olhanense

Que espectáculo triste da vida real. Uma feira de vaidades, onde tudo correu mal, fruto também dum planeamento execrável, investimentos duvidosos, escolhas delirantes. Nem no CM consigo conceber este plano a funcionar. Abel Xavier? Cruzes canhoto. Jogadores sem estofo ou vontade, sem fio de jogo, sem projecto. Um clube à beira da falência que parece ter dado o passo final rumo ao abismo. Ou algo muda rápido, ou o clube terá sérias dificuldades apenas em existir.
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24 de abril de 2014

Os 5 Monumentos do Ciclismo - Liege-Bastogne-Liege


O 4º monumento da época e último da primavera não apresenta as dificuldades mais relevantes dos anteriores: possui “apenas” 256 km (contra os quase 300 da MSR) e não passa por caminhos de paralelo (como o Tour de Flandres ou o Paris-Roubaix).

No entanto, La Doyenne (significa “a mais antiga", visto ser o monumento mais antigo) apresenta várias dificuldades para os ciclistas. Para a edição 100º da prova (teve a primeira edição em 1892) serão 10 as subidas que terão de ser ultrapassadas.

Ao contrário das colinas (bergs) que são ultrapassadas no Tour de Flandres ou na Amstel Gold Race, aqui as dificuldades são menos inclinadas (entre 5.6% e 12.4% de inclinação média), mas mais extensas (entre 1 e 3.6 km de extensão). Com estas características não é de estranhar que se misturem nesta prova os corredores mais explosivos e os candidatos a vitórias nas provas de três semanas como a Volta a França.



Como muitas das outras provas de um dia, também a Liege-Bastogne-Liege começou em 1892 como forma de publicitar um jornal, o L’Expresss, jornal belga que publicava em língua francesa. Por esta razão, a prova nunca saiu das Ardenas, na parte francófona da Bélgica.

O percurso da prova inicia-se em Liege, no leste da Bélgica e segue mais ou menos a direito em direcção à fronteira com o Luxemburgo durante 95 km, até Bastogne. Aí os corredores dão a volta e seguem de novo para Liege, pelo caminho mais longo e tortuoso, sendo nesses restante 163 km de volta que estão 9 das 10 dificuldades do dia.

Felizmente para os corredores, não se prevê queda de neve para este fim-de-semana, durante a 100ª edição de La Doyenne.




A corrida normalmente é lançada na 7ª dificuldade do dia, o Côte de La Redoute (2 km a 8.9%) que aparece aos 218 km de prova. Do topo de La Redoute até ao final distam 43 km, sendo mais de 4.5 km a subir distribuídos por mais 3 subidas. É neste período que normalmente se verificam os ataques que ditam quem chegará ao final para discutir a vitória. O Côte de Saint-Nicolas (1.2 km a 8.6%) é a última hipótese de quem quer deixar os restantes para trás, aparecendo apenas a 5.5 km da chegada.



Por vezes o maior adversário dos corredores não é a dificuldade do perfil, mas sim o clima. As temperaturas nas Ardenas em Abril costumam variar entre 2 e 9 graus, com grande probabilidade de chuva. No entanto, anos existem em que a neve faz a sua aparição. Num desses anos, em 1980, a neve começou a cair a partir do momento que os corredores saíram de Liege. Com o passar dos quilómetros, os primeiros flocos tornaram-se num temporal e vários corredores começaram a desistir da prova devido ao frio. Ao virar em Bastogne, apenas 21 corredores restavam e o ultimo deles já tinha um atraso de 27 minutos.

O eventual vencedor da prova, Bernard Hinault, já tinha ponderado desistir na ida para Bastogne, mas foi incentivado pelos seus colegas a continuar pelo menos até Bastogne, onde haveria uma zona de alimentação. Após Bastogne, o director desportivo da equipa disse a Hinault que a verdadeira corrida iria começar agora, pelo que ele teria de tirar a capa que trazia e que lhe ia dando algum resguardo contra a neve e o frio. 



Hinault seguiu as instruções recebidas e retirou a capa. Nos quilómetros seguintes, com o frio a fustigar os ciclistas, tinha os dentes a bater e mal sentia as mãos e os dedos. Decidiu então pedalar o mais rápido que pudesse para se manter aquecido e terminar aquele inferno o mais rápido possível. Desta forma chegou a Liege isolado com 10 minutos de avanço, para gáudio da sua equipa, mas enregelado e sem conseguir sentir os braços.

Conforme escreveu Les Woodland, Hinault só não era naquele momento o homem mais infeliz do mundo porque ainda haviam alguns corredores na estrada atrás dele. Já no hotel, não conseguiu entrar para a banheira enquanto a água não estivesse quase fria, tal era o contraste da temperatura, enquanto que demorou cerca de três semanas a conseguir mover normalmente os dedos médio e indicador.

Quanto aos favoritos, dois nomes apresentam-se na linha da frente: Philippe Gilbert, recente vencedor da Amstel Gold Race e da De Brabantse Pijl, e Alejandro Valverde, vencedor da Fléche Wallonne. Ambos se apresentam em bom momento de forma e ambos sabem como a ganhar (Valverde venceu em 2006 e 2008, enquanto que Gilbert venceu em 2011).














De seguida na lista de favoritos aparecem nomes como Daniel Martin, vencedor do ano passado e 2º classificado na Fléche Wallonne, Michal Kwiatkowski, 3º na Fléche Wallonne e 5º na Amstel Gold Race deste ano, Simon Gerans, Joaquim Rodríguez, Roman Kreuziger ou mesmo Rui Costa, que procura a sua primeira vitória com a camisola de campeão do mundo.



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21 de abril de 2014

O título de Luís Filipe Vieira

26 de Maio de 2013. Hora: Cerca das 19h00.

O Estádio do Jamor era palco do último tombo encarnado. Depois do ajoelhar de Jesus no Dragão, da machadada na euforia em Amesterdão. Três títulos a fugir aos encarnados nos últimos minutos de jogo no espaço de 15 dias. Este com uma agravante: a discussão, feia, perto da agressão, entre Cardozo e Jorge Jesus.

Nesse dia, e nos dias que se seguiram, soaram os alarmes no Estádio da Luz, dispararam as acusações e traçou-se um destino: o tempo de Jorge Jesus à frente do plantel do Benfica tinha acabado. Era impossível alguém que tivera tudo na mão, tudo deixar fugir.

Porém, indiferente à polémica, indiferente às pressões, indiferente às derrotas um homem deu um murro na mesa e disse "Não". Praticamente contra tudo e contra todos, Luís Filipe Vieira assumiu na plenitude o papel de chefe máximo da tribo encarnada e alertou: Jesus fica.

Muitos dos históricos encarnados e administradores, dirigentes, adeptos, afiaram as facas e "garantiram" que Jesus não terminava a época seguinte. As garras saltam de fora logo no arranque do campeonato. Benfica perde na Madeira com o Marítimo (2-1), empata em Alvalade (1-1) e empata na Luz com o Belenenses (1-1).

Há sexta jornada os encarnados estão já a cinco pontos do líder FC Porto e na Luz volta a soar o grito "Jesus tem de sair". Mais uma vez, quase contra o universo benfiquista, Luís Filipe Vieira volta a dizer "Não" e a segurar o seu treinador.

O virar do campeonato terá começado semanas mais tarde, com o empate do FC Porto em Belém. Uma exibição pobre, pouco conseguida, sem aquele fulgor que quase sempre se via nos campeões nacionais. Nesse fim-de-semana, em Coimbra, o Benfica vencia por 3-0 e aproximava-se do líder, colado ao Sporting.
Na jornada seguinte os encarnados ganham em casa ao Braga enquanto o FC Porto volta a perder pontos. Desta feita em casa, com o Nacional.

Paralelamente a esta corrida de trás para a frente, o Benfica fazia um percurso tímido na Champions. Depois da vitória em casa com o Anderlecht, os encarnados perdiam em Paris, empatavam em casa com o Olympiacos, perdia de seguida na Grécia e via os 16-avos-de-final mais longe, enquanto a porta da Liga Europa se abria de novo.

No meio de tudo isto, e com um plantel mais equilibrado do que o do ano anterior, o treinador do presidente mostrava uma gestão de plantel como há muito não se via e, aproveitando os deslizes dos adversários começa a caminhar para o título. Vira a metade do campeonato na frente, depois de vencer na Luz os azuis e brancos. Apura-se para as meias finais da Taça de Portugal, da Taça da Liga e garante, por fim, uma presença nas meias da Liga Europa.

Ontem, na Luz, o Benfica "fecha" o campeonato. Com sete pontos de avanço para o Sporting. 18 de avanço para o FC Porto (menos um jogo). Os encarnados sagram-se campeões com tantos pontos de avanço para o terceiro classificado, como os que a Olhanense (16.º) tem de atraso para o 6.º classificado (Marítimo).

Se o título ontem conquistado é mérito da preserverança de Jorge Jesus, não é menos fruto da teimosia e da crença de Luís Filipe Vieira. Porque ele foi, desde início, (praticamente) o único que acreditou no treinador que ele escolheu e ele segurou.

Mesmo que Jorge Jesus não ganhe mais nada esta época (e pode ganhar tanto ou mais títulos do que aqueles que poderia ter ganho a época passada), Luís Filipe Vieira já ganhou a sua aposta.
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15 de abril de 2014

Liga dos Campeões - Previsão Meias Finais



Passou mais uma ronda da Liga dos Campeões, e estamos cada vez mais próximos da grande final. O Sorteio, na passada sexta-feira ditou que Real Madrid e Bayern de Munique ditem forças em dois jogos, na já chamada de "final antecipada", tendo em conta o poderia das duas equipas. No outro jogo, o Atlético de Madrid (grande surpresa) defrontará o Chelsea de José Mourinho, que chega assim à sua 7ª meia final na Liga dos Campeões.

Antes dos jogos dos Quartos de Final, fiz uma pequena previsão sobre como iriam ser os resultados. Acertei 3 dos 4 desfechos, tendo falhado apenas no jogo entre Barcelona e Atlético de Madrid.

Real Madrid - Dortmund - Previsão de Vencedor - Toque Mágico: Real Madrid
Tal como previ o Real Madrid conseguiu a sua vingança. Apesar de ter começado muito bem (3-0 em casa) ia deitando tudo a perder na Alemanha, ao conseguir muito cedo 2 golos. No entanto o Dortmund ficou-se por ai e quem passou foi realmente a equipa Espanhola.

Barcelona - Atlético Madrid - Previsão de Vencedor - Toque Mágico: Barcelona
Previ que o Barcelona conseguiria passar a eliminatória, mas tal não se verificou. O Atlético esteve muito bem nos dois jogos, sendo que pouco se viu das grandes estrelas do Barcelona. Apesar de ser a surpresa das Meias Finais, o Atlético de Madrid merece totalmente estar a disputar o acesso à final.

Paris SG - Chelsea - Previsão de Vencedor - Toque Mágico: Chelsea
Previ que ia ser uma eliminatória equilibrada e que poderia pender para qualquer um dos lados. Tal facto verificou-se, e o acesso só foi decidido aos 87' do segundo jogo.. Mourinho tremeu, mas aguentou-se e conseguiu uma excelente reviravolta depois de perder 3-1 em França.

Man Utd - Bayern - Previsão de Vencedor - Toque Mágico: Bayern Munique
Apesar de ter previsto correctamente que o Bayern iria passar a eliminatória, foi muito mais equilibrada do que esperava. Aos 70' do segundo jogo quem levava vantagem era o Man Utd, pois após o empate a 1 em casa, estava a ganhar no terreno do Bayern. No entanto em 10' deitou tudo a perder, e permitiu que a equipa bávara marcasse 3 golos de rajada e sentencia-se a eliminatória.

Deixando os quartos de final de lado, e passando às meias finais, teremos quatro jogos de grande emoção:

Real Madrid - Bayern - Previsão de Vencedor - Toque Mágico: Real Madrid
A equipa do Real Madrid busca a sua 10ª, e este ano tem estado mais forte do que nunca na Liga dos Campeões. Com um super Ronaldo, com uma média impressionante de 1.75 golos por jogo (14 golos em apenas 8 jogos!), que igualou o recorde do maior número de golos numa só edição (do seu grande rival, Messi), aliado a um menor fulgor do Bayern neste final de temporada, talvez devido à falta de motivação competitiva, face à precoce e demasiado fácil vitória no campeonato alemão, podem embalar o Real Madrid para a Final. Contudo uma coisa é certa: teremos dois grandes jogos, talvez os melhores da competição até ao momento.

Chelsea - Atlético Madrid - Previsão de Vencedor - Toque Mágico: Chelsea
O jogos dos "underdogs". Atlético de Madrid chega às meias finais da prova depois de eliminar equipa como Milan e Barcelona, e irá jogar contra um Chelsea que segundo José Mourinho "ainda está em crescimento". Apesar de tudo, são duas grandes equipas, com dois enormes treinadores. Mourinho já foi Campeão Europeu duas vezes, com duas equipas das quais na altura não se esperava muito. Já Simeone pôs este Atlético a jogar um futebol, não muito bonito, mas eficiente. Prova disso é o 1º lugar isolado na Liga Espanhola. Dado curioso, neste encontro temos duas equipas que conquistaram 4 títulos europeus nos últimos 4 anos! No final, acredito que a balança irá pender para o lado do Chelsea.

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8 de abril de 2014

Sporting: Próxima Época (Parte 1)



Estamos a chegar ao final de mais uma temporada. Em alguns países, como por exemplo, na Alemanha, já temos Campeão desde Março (já lá vão algumas jornadas..). Em Portugal apesar de não estar ainda nada definido, é como se já tivesse. O Benfica vai embalado, e leva 7 pontos de avanço do Sporting (que são como 8 pelo confronto directo), quando só faltam disputar 12 pontos / 4 jogos - para o Sporting sonhar em ser Campeão, o Benfica só poderia ganhar 1 jogo, dos que lhe faltam para o campeonato. Praticamente impossível. Sporting que também segue confortável no terceiro lugar, com 8 pontos de vantagem do Porto. Para além disso, assegurou para já, a presença no Playoff de acesso à Liga dos Campeões, mas o mais provável é que consiga entrar directamente na fase de grupos se mantiver o segundo lugar (e com isto, fazer praticamente 10M € só em prémio de presença).

É altura então de começar a preparar a nova época. E tudo começa com a óptima notícia da venda de Elias para o Corinthians, por 4M € por 50% do passe, ficando o Sporting em qualquer encargo (Elias só poderá competir em Julho, quando a época de transferências voltar a abrir). Segundo a direcção do Sporting, o clube irá poupar 8M € em salários. E esta direcção fecha assim talvez o ultimo dossier, da pesada herança que Godinho Lopes deixou. Dos vários negócios ruinosos, sobram os menos maus:

  • Labyad - Encontra-se emprestado ao Vitesse, da Holanda, até 2015, e tem jogado com bastante regularidade. Para além disso, é um jogador ainda jovem, e com bastante potencial, e mais importante, tem mercado, pelo que será possível ao Sporting ainda fazer um bom encaixe financeiro com ele. Se viesse com outra mentalidade, era jogador para ser muito útil ao Sporting. O seu grande problema é o elevado salário (fala-se em 2M € ano..) aliado a um baixo rendimento desportivo (e muitas saídas à noite...). Será para vender (com muita pena minha), pois não tem mentalidade competitiva para jogar no Sporting - pelo menos enquanto cá esteve nunca o demonstrou...
  • Viola - Outro jogador emprestado, neste caso ao Racing, da Argentina. Apesar de tudo, já se fala que deverá fazer parte do Plantel Principal da próxima época. Não terá um salário tão elevado como outros elementos, mas não foi dos melhores negócios de Godinho Lopes. Veremos se fará parte do plantel da próxima época, até porque com competições europeias será necessário dar mais profundidade ao mesmo. E como é um jogador com características interessantes (rápido, bom drible, aparece na zona de finalização) terá pelo menos uma oportunidade para demonstrar o seu valor. Eu, acredito que fique.
  • Rubio - Praticamente na mesma situação que Viola. Mais estranho é como é que este jogador perdeu espaço, depois de ter feito uma excelente pré época quando veio para o Sporting (ainda era Junior!). Não há muito a dizer, deverá ter novamente uma oportunidade na próxima época para demonstrar o seu valor, pois tem bastante potencial e ainda tem apenas 19 anos.
  • Miguel Lopes - Talvez o caso mais bicudo. Veio para Alvalade em troca por Izmailov e pelos vistos, se o Sporting o vender, terá que pagar ao Porto uns bons trocos (falam-se em 5M €). Para alem disso, tem um ordenado milionário - 1M € ano, o que é demasiado para este Sporting. Posto isto, a única solução é o empréstimo do jogador, como aconteceu este ano ao Lyon. O problema é que faltam mais 4 anos de contrato. Será que o Sporting conseguirá voltar a emprestar Miguel Lopes? Ou será que o jogador irá baixar o ordenado para ficar em Alvalade? Na minha opinião certamente que irá ser emprestado de novo da próxima época.
E com isto termina aqui uma primeira análise ao que será a próxima época do Sporting. Na segunda parte irei rever o plantel do Sporting, e possíveis saídas e entradas na equipa.



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Os 5 Monumentos do Ciclismo - Paris-Roubaix


Considerada por muitos como a prova rainha das classicas, o Paris-Roubaix é a prova de um dia mais icónica do ciclismo actual.

Realizada parcialmente em paralelo como o Tour de Flandres, o Paris-Roubaix não apresenta os bergs da Flandres como a sua principal dificuldade, mas sim a extensão e irregularidade desse mesmo piso.
















Todos os anos os sonhos e aspirações de muitos ciclistas esfumam-se no paralelo, terminando muitas vezes com dor e sangue. Os 51.1 km de paralelo, para um total de 257 km, costumam deixar a sua marca no pelotão, sendo comum que quase metade dos ciclistas não chegue ao fim da prova. Efectivamente, para se conseguir ao velódromo de Roubaix em condições de disputar a vitória, os ciclistas. além de superar o paralelo. têm de conseguir evitar furos ou outros problemas mecânicos nas fases mais criticas da prova, bem como fugir às quedas que todos os anos atiram muitos para fora da corrida (e não esporadicamente para o hospital).




Quanto ao percurso, a prova começa em Compiègne (começava em Paris até 1966) e segue para norte em direcção à fronteira com a Bélgica, onde se encontram as principais dificuldades. Os primeiros 97 kilometros não possuem qualquer sector de paralelo, pelo que são ideais para uma fuga inicial se formar.

Após esta fase inicial, começam a surgir as primeiras dificuldades, compostas por 28 sectores de paralelo, sendo que a cada um deles é atribuída uma categoria de dificuldade, de acordo com a extensão, a irregularidade dos paralelos e o seu estado de conservação. Esta categorização materializa-se num valor de 1 a 5 estrelas, sendo 5 o valor máximo de dificuldade.

Para a edição de 2014 já é conhecida a classificação atribuída a cada um dos sectores: existirão 3 sectores de dificuldade máxima, ou seja, 5 estrelas: Trouée d’Arenberg, Mons-en-Pévèle e Carrefour de l’Arbre.



O Trouée d’Arenberg (sector nº18) é o primeiro sector de dificuldade máxima (2400 metros de extensão) que os corredores terão de ultrapassar e também um dos mais icónicos da corrida. Aparece após 161.5 kilometros de corrida e após outros 10 sectores de menor dificuldade e é normalmente onde a corrida se começa a definir. Sendo muito longe da meta para definir vencedores, efectua uma primeira selecção no pelotão. Esta passagem pela longa recta que atravessa a floresta tornou-se no símbolo do Paris-Roubaix por ser o primeiro sector de dificuldade máxima, mas muito devido á loucura de a entrada no sector em paralelo estreito, com piso bastante irregular e normalmente húmido (além de ser uma floresta, existe um lago a pouco mais de 100 metros do troço), ser efectuada a cerca de 60 km/h por quase 200 ciclistas, sendo que todos querem estar nas primeiras posições de forma a evitarem as quedas que quase sempre acompanham os 2400 metros de extensão do Trouée d’Arenberg.



O troço de Mons-en-Pévèle (10) aparece a cerca de 50 km do fim, pelo que já ganha uma importância maior no desfecho da prova. Com cerca de 3000 metros de extensão de um paralelo irregular e com alguma lama, é um local aproveitado pelas segundas figuras das equipas para se lançarem ao ataque, seja para tentar a vitória, seja para preparar um ataque dos seus líderes.

Finalmente o Carrefour de l’Arbre (4), o último sector de dificuldade máxima, aparece apenas a 15 km do final, pelo que é o ultimo sector onde se pode fazer a diferença. Normalmente os ciclistas que passarem na frente da corrida no final deste sector também serão aqueles a disputar a vitória no velódromo de Roubaix, visto os restantes 3 sectores de paralelo serem de dificuldade reduzida.



Em relação a favoritos, quase que se pode copiar o que foi dito para o Tour de Flandres. Os dois monstros do paralelo, Fabien Cancellara e Tom Boonen estão sempre na fila da frente dos favoritos quando se fala no Paris-Roubaix. Entre eles acumulam 11 pódios e 7 vitórias, sendo que ao contrário dos últimos dois anos, vão ter a companhia de Peter Sagan, o eslovaco que conseguiu um segundo lugar na prova enquanto júnior em 2008 mas ainda não conseguiu ter impacto na prova como sénior.

Após estes três nomes, surgem outros que já mostraram serem capazes de dominar o paralelo de Roubaix, como Zdenek Stybar, Sep Vanmarcke, Bernard Eisel, Niki Terpstra, Greg Van Avermaet ou Sylvain Chavanel.

Pelo menos no papel, a Omega Pharma–Quick-Step aparece como a equipa mais forte, com Boonen, Stybar, Terpstra e Vandenbergh, todos capazes de vencer a prova. No entanto, o Tour de Flandres mostrou um Boonen sem pernas para acompanhar os melhores, pelo que o grande favorito para esta prova terá que ser Fabin Cancellara, que deu uma demonstração de força ao ganhar a prova num sprint a quatro.

A metereologia é outro aspecto a ter em conta na preparação desta corrida. Nos anos mais recentes, o bom tempo tem predominado, e as previsões para este ano apontam para que a chuva se mantenha ausente da corrida.



Sendo esta uma das provas mais popular do calendário do ciclismo actual, é normal ver grandes multidões de adeptos na beira da estrada para ver os seus heróis a ultrapassar os sectores de paralelo. No entanto, são tantos os adeptos levam paralelos das estradas para casa como recordação, que todos os anos uma associação, Les Amis de Paris–Roubaix, voluntaria-se para repor estes paralelos em falta de forma a que a prova se continue a decorrer com normalidade ano após ano.


Este ano a prova ganha um renovado interesse devido à decisão da ASO, empresa organizadora do Tour de France, de incluir no Tour de 2014 uma etapa nesta área com sectores de paralelo, pelo que é normal que os corredores de provas de 3 semanas, que normalmente evitam as provas de paralelo devido aos riscos associados, prestem uma outra atenção à mesma.

Domingo teremos então a edição nº 111 da Paris-Roubaix, com transmissão directa no eurosport a partir das 12:45 para que não percam pitada da prova mais excitante do calendário mundial de ciclismo.

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