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17 de agosto de 2014

Porto 2014/2015

O FC Porto parece ter percebido o que correu mal na época passada, e o que podia inverter no imediato para se tornar mais sólido no futuro.

A estrutura do Porto, e da generalidade dos clubes portugueses, baseia a sua competitividade e crescimento na compra barata e na venda cara. Durante muito tempo foram reis e senhores neste campo, praticamente abandonando a formação, granjeando  reputação internacional, com os jogadores contratados a ficaram com a clara esperança de saída rápida par um clube maior.

As novas regras de fair-play financeiro e a diminuição geral de receitas na Europa vieram prejudicar o arranjinho. Agora nem Portugal é tão atractivo como anteriormente era, nem os clubes médios/grandes de outras ligas europeias procuram comprar o jogador já feito, optando cada vez mais por também formar jogadores. Isto veio prejudicar duplamente o Porto, que perdeu alguns dos clubes compradores, e ganhou competidores na prospecção.

Para convencer jogadores há que lhes dar algo que lhes leve a crer que será melhor jogar em Portugal que numa liga maior. Qual foi a solução portuense? Lopetegui.

Outro treinador sem credenciais e experiência? Talvez, mas com muitos contactos, com muitos conhecimentos, e já com muitas horas de trabalho com quem se espera serem as futuras estrelas da selecção espanhola. É provável que algumas das contratações actuais apenas se devam à presença deste treinador, e apenas por isso Pinto da Costa parece ter voltado a acertar em cheio.


Para a baliza entram Ricardo e o primeiro de seis espanhóis, Andrés Fernández. Fabiano parecia o natural sucessor de Hélton, mas o final da época passada mostrou que nem toda a massa adepta tinha a mesma opinião. As contratações parecem não ter definido uma hierarquia, e assim parece continuar. Fabiano estará sempre a olhar por cima do ombro, pois qualquer um dos colegas parece ter argumentos para segurar a baliza, pelo menos até se ter a certeza que Hélton não volta.

No centro da defesa sai Mangala por uma batelada de guito e Abdolaye, que nunca convenceu, entram Indi e Marcano. À primeira vista parece que o Porto ficou a perder, mas a recuperação de Maicon, o talento que parece ter Indi e a segurança que se reconhece a Marcano parece que chegam para elevar a qualidade da defesa, especialmente porque finalmente se encontraram alternativas a Danilo (Opare) e Alex Sandro (Ángel) para aliviar a carga de jogos que ambos tiveram na época passada. Parecem seguros para suplentes, mas não alternativas imediatas para a titularidade. Ainda há Reyes, mas não sei por quanto tempo.

No meio sai Fernando, pilar da equipa, sendo substituído por Casemiro... ou por Rubén Neves, totalmente desconhecido este júnior que sai da formação directamente para os AA e faz uma pré-época entusiasmante com sequência no primeiro jogo oficial da temporada. Seja qual for a opção, à primeira vista parece que o clube pode ficar tranquilo, havendo mesmo a oportunidade de valorizar um activo da casa, ao invés dum emprestado, que ainda torna a substituição mais interessante. Defour já partiu, mas parece nunca ter feito falta. Herrera fez um grande mundial, e parece que é desta que finalmente se encontrou o substituto de Moutinho. Mais ofensivos temos Quintero e Óliver, sendo que a preferência do treinador parece recair no espanhol, se bem que Carlos Eduardo também tem dado boas indicações, e ainda há Evandro que pode entrar na equipa sem comprometer.

Nas alas aparecem Tello, Brahimi, Quaresma e Sami, num quadro que parece o oposto da época passada. As soluções são muitas e boas, havendo ainda Adrán que também pode descair numa das alas ao mesmo tempo que parece ser o suplente natural de Jackson. Suplente caro, mas mesmo assim parece ser o jogador mais desenquadrado da equipa.

Assim, depois duma boa pré-época, com bons resultados e futebol agradável o Porto, que se vê na posição pouco habitual de não defender o título nacional, parte com enormes esperanças na sua reconquista. Uma equipa jovem e recheada de soluções para todas as posições parece ser rastilho suficiente para alimentar essa chama. Agora resta esperar e ver se toda a teoria dá certo, pois boa parece mesmo que é.

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