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8 de abril de 2014

Os 5 Monumentos do Ciclismo - Paris-Roubaix


Considerada por muitos como a prova rainha das classicas, o Paris-Roubaix é a prova de um dia mais icónica do ciclismo actual.

Realizada parcialmente em paralelo como o Tour de Flandres, o Paris-Roubaix não apresenta os bergs da Flandres como a sua principal dificuldade, mas sim a extensão e irregularidade desse mesmo piso.
















Todos os anos os sonhos e aspirações de muitos ciclistas esfumam-se no paralelo, terminando muitas vezes com dor e sangue. Os 51.1 km de paralelo, para um total de 257 km, costumam deixar a sua marca no pelotão, sendo comum que quase metade dos ciclistas não chegue ao fim da prova. Efectivamente, para se conseguir ao velódromo de Roubaix em condições de disputar a vitória, os ciclistas. além de superar o paralelo. têm de conseguir evitar furos ou outros problemas mecânicos nas fases mais criticas da prova, bem como fugir às quedas que todos os anos atiram muitos para fora da corrida (e não esporadicamente para o hospital).




Quanto ao percurso, a prova começa em Compiègne (começava em Paris até 1966) e segue para norte em direcção à fronteira com a Bélgica, onde se encontram as principais dificuldades. Os primeiros 97 kilometros não possuem qualquer sector de paralelo, pelo que são ideais para uma fuga inicial se formar.

Após esta fase inicial, começam a surgir as primeiras dificuldades, compostas por 28 sectores de paralelo, sendo que a cada um deles é atribuída uma categoria de dificuldade, de acordo com a extensão, a irregularidade dos paralelos e o seu estado de conservação. Esta categorização materializa-se num valor de 1 a 5 estrelas, sendo 5 o valor máximo de dificuldade.

Para a edição de 2014 já é conhecida a classificação atribuída a cada um dos sectores: existirão 3 sectores de dificuldade máxima, ou seja, 5 estrelas: Trouée d’Arenberg, Mons-en-Pévèle e Carrefour de l’Arbre.



O Trouée d’Arenberg (sector nº18) é o primeiro sector de dificuldade máxima (2400 metros de extensão) que os corredores terão de ultrapassar e também um dos mais icónicos da corrida. Aparece após 161.5 kilometros de corrida e após outros 10 sectores de menor dificuldade e é normalmente onde a corrida se começa a definir. Sendo muito longe da meta para definir vencedores, efectua uma primeira selecção no pelotão. Esta passagem pela longa recta que atravessa a floresta tornou-se no símbolo do Paris-Roubaix por ser o primeiro sector de dificuldade máxima, mas muito devido á loucura de a entrada no sector em paralelo estreito, com piso bastante irregular e normalmente húmido (além de ser uma floresta, existe um lago a pouco mais de 100 metros do troço), ser efectuada a cerca de 60 km/h por quase 200 ciclistas, sendo que todos querem estar nas primeiras posições de forma a evitarem as quedas que quase sempre acompanham os 2400 metros de extensão do Trouée d’Arenberg.



O troço de Mons-en-Pévèle (10) aparece a cerca de 50 km do fim, pelo que já ganha uma importância maior no desfecho da prova. Com cerca de 3000 metros de extensão de um paralelo irregular e com alguma lama, é um local aproveitado pelas segundas figuras das equipas para se lançarem ao ataque, seja para tentar a vitória, seja para preparar um ataque dos seus líderes.

Finalmente o Carrefour de l’Arbre (4), o último sector de dificuldade máxima, aparece apenas a 15 km do final, pelo que é o ultimo sector onde se pode fazer a diferença. Normalmente os ciclistas que passarem na frente da corrida no final deste sector também serão aqueles a disputar a vitória no velódromo de Roubaix, visto os restantes 3 sectores de paralelo serem de dificuldade reduzida.



Em relação a favoritos, quase que se pode copiar o que foi dito para o Tour de Flandres. Os dois monstros do paralelo, Fabien Cancellara e Tom Boonen estão sempre na fila da frente dos favoritos quando se fala no Paris-Roubaix. Entre eles acumulam 11 pódios e 7 vitórias, sendo que ao contrário dos últimos dois anos, vão ter a companhia de Peter Sagan, o eslovaco que conseguiu um segundo lugar na prova enquanto júnior em 2008 mas ainda não conseguiu ter impacto na prova como sénior.

Após estes três nomes, surgem outros que já mostraram serem capazes de dominar o paralelo de Roubaix, como Zdenek Stybar, Sep Vanmarcke, Bernard Eisel, Niki Terpstra, Greg Van Avermaet ou Sylvain Chavanel.

Pelo menos no papel, a Omega Pharma–Quick-Step aparece como a equipa mais forte, com Boonen, Stybar, Terpstra e Vandenbergh, todos capazes de vencer a prova. No entanto, o Tour de Flandres mostrou um Boonen sem pernas para acompanhar os melhores, pelo que o grande favorito para esta prova terá que ser Fabin Cancellara, que deu uma demonstração de força ao ganhar a prova num sprint a quatro.

A metereologia é outro aspecto a ter em conta na preparação desta corrida. Nos anos mais recentes, o bom tempo tem predominado, e as previsões para este ano apontam para que a chuva se mantenha ausente da corrida.



Sendo esta uma das provas mais popular do calendário do ciclismo actual, é normal ver grandes multidões de adeptos na beira da estrada para ver os seus heróis a ultrapassar os sectores de paralelo. No entanto, são tantos os adeptos levam paralelos das estradas para casa como recordação, que todos os anos uma associação, Les Amis de Paris–Roubaix, voluntaria-se para repor estes paralelos em falta de forma a que a prova se continue a decorrer com normalidade ano após ano.


Este ano a prova ganha um renovado interesse devido à decisão da ASO, empresa organizadora do Tour de France, de incluir no Tour de 2014 uma etapa nesta área com sectores de paralelo, pelo que é normal que os corredores de provas de 3 semanas, que normalmente evitam as provas de paralelo devido aos riscos associados, prestem uma outra atenção à mesma.

Domingo teremos então a edição nº 111 da Paris-Roubaix, com transmissão directa no eurosport a partir das 12:45 para que não percam pitada da prova mais excitante do calendário mundial de ciclismo.

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