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5 de agosto de 2014

Sporting 2014/2015

O Sporting perde esta temporada o epíteto de outsider entrando directamente no rol de candidatos ao título. Com a fama de ter um plantel eternamente jovem, isso começa a não ser inteiramente verdade, já que a equipa entra a passos largos em fase de maturação.

Neste momento, e correndo o risco desta análise se tornar completamente desactualizada (como a do Benfica), se tentasse formular um 11 titular para o Sporting corria o sério risco de não colocar qualquer reforço na equipa, já que os novos jogadores aparecem para suprir eventuais saídas ou reforçar algumas posições em papeis teoricamente secundários, criando alternativas para o incremento esperado de jogos durante esta época.

Numa análise superficial e pouco honesta, este facto poderia tornar-se um corta entusiasmo, mas na realidade não o foi, já que está claramente visível que a equipa parte com a motivação em alta, tem jogado bonito, organizado e de forma consistente, empolgando-se e também aos adeptos. Isto parece muito bonito quando estamos de fora, mas parece que o Presidente Bruno de Carvalho tem acertado nas acções (embora por vezes exagere nos discurso), algo que o clube desesperadamente precisava. Surpreendeu-me um pouco pelo investimento feito, algo contra-natura com o passado recente, pois parece ter retirado espaço a algumas alternativas, no mínimo, interessantes que lentamente surgem na equipa B do clube, estando inclusive neste momento com saldo negativo nas transferências (relembro que William ainda permanece no plantel, e as alternativas à sua saída já estão contratadas).
 
Começando a análise mais específica pelo treinador, parece-me que BdC acertou em cheio. Marco Silva veio manter a estrutura da equipa, alterando ligeiramente o estilo de jogo para um futebol mais ofensivo e lateralizado, mais jogo na linha, jogadas mais rápidas, jogo mais fluído. O discurso é coerente, ambicioso e sem cair no populismo fácil. Começa aqui a sua prova de fogo, pode neste capítulo da sua carreira definir todo o seu futuro.
 
Na baliza não há qualquer alteração, e nesta fase da janela de transferência não vislumbro hipótese de grande negócio, pelo que aparentemente Patrício se manterá dono e senhor da baliza verde. Mesmo saindo Patrício, Boeck tem tudo para fazer uma época tranquila, mas já seria necessária uma incursão no mercado para encontrar uma alternativa.
 
Na defesa entram Paulo Oliveira, Naby Sarr (e não Nabiçá como insistentemente pronunciam o seu nome na comunicação social) e quiçá Rabia, que também pode dar uma perninha a trinco fazendo o papel de Dier que optou por partir para terras de senhora Majestade.  A eventual saída de Rojo está acautelada. Se Rojo sair, pelo menos numa fase inicial, a qualidade defensiva será certamente menor, mas o potencial de evolução de todos os jogadores chegará certamente para rapidamente encurtar diferenças. Noto também a aparente falta de alternativas para as defesas laterais, que agora parecem destinadas a abrir espaços a jogadores da equipa B.
 
No meio há a entrada de dois nomes sonantes, Rosel, trinco com a escola do Barcelona, um jogador equilibrado, posicional, muito competente, aparentemente um clone (com a devida distância) de William, contratado para o substituir em caso de necessidade, e especialmente Gauld o jovem escocês com um toque de bola entusiasmante, que todos esperam que seja capaz de gradualmente mostrar todo o potencial que todos lhe reconhecem. Ter sido a contratação mais cara do clube pode não o ajudar, especialmente não se vislumbrando entrada directa no 11, mas se tiver vontade, paciência e cabecinha, deverá ser uma questão de tempo até entrar na equipa (com tempo não digo que seja esta época). Slavchev nunca me pareceu um jogador capaz de tirar Adrien ou André Martins da equipa inicial, mas com o acumular de jogos pode desempenhar um papel importante na rotação de equipa. Shikabala aparece com esperança de ter um papel mais importante na equipa, mas o seu posicionamento em campo remete mais para jogos em que seja necessária alguma alteração táctica, não me parece que passe de suplente utilizado esporadicamente.
 
No ataque entra o surpreendente Tanaka, que neste momento começa a dar dores de cabeça ao treinador pela excelente pré-época que está a efectuar para fazer concorrência à nova coqueluche da massa associativa, Slimani, que há uma época atrás ninguém esperava ver no papel que desempenha hoje. Montero aparece remetido para um papel secundário, ultrapassado pelo argelino, no entanto ainda há a duvida acerca da continuidade de Slimani. BdC não parece interessado em o deixar sair, pois há a hipótese real do clube encurtar etapas e montar uma séria candidatura ao título, filme em que Slimani desempenharia certamente papel principal. Nas alas mantém-se tudo igual, com a eterna venda Capel a manter-se e aparentemente como titular, um renovado Carrilho muito mais consistente e o explosivo Mané que procura afirmar-se definitivamente esta temporada.
 
São justas as expectativas criadas pela massa adepta do clube. Parafraseando o mítico Paulo Bento, este Sporting está forte, e não me surpreenderia ver uma entrada de rompante na liga. Fruto de planeamento antecipado, não precisa de andar a correr atrás de nada, ou a construir equipas. Está tudo feito e nada se inventa. Será desta?

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