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5 de abril de 2014

O peso morto.

Óscar Cardozo foi sempre mal amado na Luz, prosseguindo a tradição de avançados que resolvem jogos, mas não conquistam adeptos. O Benfica é pródigo nestes casos, provavelmente porque se quer tudo.
Cardozo foi sempre sinónimo dum número elevado e constante de golos, inclusive quando foi relegado para o banco pelo Quique, e mesmo nessa época foi o melhor marcador da equipa. A relação amor-ódio não tem apenas um sentido, o próprio Cardozo foi criando uns episódios para alimentar essa fogueira.
Luís Filipe Vieira  sempre o conseguiu segurar, mesmo com propostas de transferência vantajosas, acreditando que, mesmo sem ser unânime entre os adeptos e mesmo dentro da equipa técnica, seria um jogador insubstituível. Depois do episódio da Taça, deste Verão quente e da batalha ganha contra o treinador, esperava-se uma época cinzenta, mas eis que Cardozo entra novamente na equipa e parece afinar a máquina que até ao momento não engrenava. Entra com golos e objectividade ao futebol benfiquista.
A lesão e as alternativas.
Até à lesão na taça, o Benfica nunca fora obrigado a jogar sem ele. Podia ficar no banco, mas entraria em caso de necessidade, ou no jogo seguinte. Perante o cenário duma lesão prolongada Jesus viu-se obrigado a olhar para o banco onde apenas tinha Lima numa época desinspirada e  Rodrigo que já não era o mesmo desde a entrado do Bruno Alves.
Muda-se pouco, mas muda-se.
Obrigado a mudar, Jesus dá retoques pontuais na dinâmica. A equipa deixa de jogar apenas para Cardozo. A ovelha negra, de repente, torna-se o jogador favorito dos adeptos e teme-se pelo pior. Suspeitas infundadas. A equipa começa a jogar à bola. Rodrigo engrena, Markovic tem mais jogadores com quem combinar, o próprio Gaitán vê-se com mais opções de definição de jogada, Enzo pode partilhar a responsabilidade do transporte de bola.

Mas e a finalização? Até agora tem funcionado bem. O Benfica deixou de ter um finalizador nato, não há uma referência, mas os jogadores mais avançados parecem estar a entender-se bastante bem. Um marca, outro assiste, um assiste, outro batalha, ... o que é certo é que a equipa está melhor.

O regresso do rei.
 
Com o regresso de Cardozo podia gerar-se um problema para JJ. A equipa funcionava, mas a decisão de deixar no banco o melhor marcador e finalizador não é fácil. A entrada na equipa foi progressiva, a rotação do plantel ajudou, mas algo de importante já havia mudado, o ADN da equipa.
 
Durante a sua lesão a equipa aprendeu a jogar sem Cardozo, o que se nota agora perfeitamente após o seu regresso. A equipa procura alguém que se movimente e Cardozo nunca esteve para isso. Não faz pressão ofensiva, nunca está onde a equipa quer.
 
Os jogadores terão novamente que se adaptar, mas parece que nunca como antigamente.
 
É agora confrangedor olhar para o campo e ver que há um jogador completamente deslocado da equipa, sozinho e abandonado.
 
Parece que estão agora, finalmente, reunidas as condições para que faça a grande transferência que sempre sonhou, para um grande europeu como o Krasnodar ou o Sivasspor. Algo desse género.
 
O que será agora de Cardozo?

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