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10 de junho de 2014

Defeso, a fase mais agitada duma época desportiva.

Todas as épocas têm um final/início agitado, o defeso. É nesta altura que as cabeças andam mais agitadas com a bola. Todos os jogadores dos clubes aparecem nos escaparates como sendo prováveis vendas milionárias, todos os dias se compram futuros Cristianos Ronaldos, chegando ao final de cada defeso, nem 1/3 dos jogadores são vendidos, e ainda menos conseguem tornar-se ídolos dos adeptos.

Pessoalmente é a minha fase favorita da época, provavelmente por ter sido um aficionado do CM, esperando avidamente pela época de transferências para comprar meia Argentina, e vender a outra metade, no entanto cada defeso se vem tornando mais pobre. A crise chega a todos e estamos muito dependentes do dinheiro fresco que alguns magnatas têm para ir injectando nos clubes.

Um clube vendedor vive sempre no eterno problema de substituir os seus melhores jogadores, esticando ao máximo a corda nas vendas, encolhendo o que consegue nas compras, num processo muitas vezes de contexto duvidoso.

No panorama actual são estes clubes que assumem o risco da descoberta, muitas vezes com prejuízo da própria competitividade, para que depois os clubes mais indinheirados comprem os jogadores já feitos, agora por cada vez menos dinheiro.

A falta crónica de dinheiro faz com que todas as épocas se olhe para dentro dos próprios clubes, se prometa desinvestimento, mas na prática isso é conversa de cordel, já que as estrelas continuam a ser substituídas, e nem sempre se acerta. A bolha tem continuado a crescer, e pessoalmente não sei até onde a conseguimos aguentar.

A nível interno, e falando dos 3 grandes, aparentemente o Porto será quem terá menos trabalho a substituir jogadores. A saída de Fernando é conhecida desde Dezembro, tiveram mais que tempo para planear, Jackson poderá dar mais trabalho, mas basta conseguirem investir metade do eventual valor de venda para reduzirem o risco de forma substancial. Pior ficarão se o dinheiro for usado para reforçar também outras zonas, aparentemente deficitárias, aí o risco será sempre superior. Mangala tem boas hipóteses de continuar mais uma época.

A seguir vem o Sporting pela incógnita que neste momento é. William é para mim o melhor jogador do nosso campeonato, mas poderá não jogar no mundial (embora eu creia que o merece). Tenho sérias duvidas que algum tubarão venha abrir os cordões de forma substancial (valores superiores a 30/35M), mas olhando por alto para o clube, seria para vender, para paulatinamente ir acabando com o cancro dos passes partilhados. Por metade do valor recebido, podia-se escolher o substituto com tranquilidade, e ainda sobraria o suficiente para suprir novas saídas. Patrício é falado todas as épocas, mas dada a especificidade da sua posição deverá continuar. Começa a passar o timing ideal para a sua venda, mas caso faça um bom mundial, pode sair. O clube também me parece servido internamente, logo tudo o que viesse seria lucro. Rojo é alguém de quem se fala, com o clube a apenas possuir pequena parte do passe. Qualquer venda não se traduziria numa entrada significativa de capital, mas um clube que tem Dier a marinar, pode dormir descansado... aparentemente.

O Benfica, caso sofra metade da razia falada, também já não poderá dormir descansado. Rodrigo já foi e ainda não se encontrou a alternativa. Relembro que o Benfica tem dois jogadores de características algo similares a rodar (Nélson Oliveira e Jara), mas se bem conheço LFV não irá passar sem mais um nome (já foi comprado um avançado, mas provavelmente sem capacidade para entrar directamente na equipa). Siqueira também já foi e para o seu lugar contrataram dois defesas, um que ataca e outro que defende, num filme já visto noutras ocasiões e com resultados, no mínimo, duvidosos. Garay também deve estar de saída, mas aqui as alternativas deveriam ser internas, pois há centrais para todos os gostos, quase todos capazes de desempenhar a tarefa com brio. Gaitán é a eterna venda, e parece que também não vai ser este ano que sai. O clube tem inúmeros alas, nenhum como este, obviamente, mas a sua venda é esperada. Havendo uma proposta o clube acabará por aceitar. Não há outro Gaitán, mas há jogadores com qualidade. Vão os anéis, ficam os dedos. Enzo é o problema principal. Ataca e defende, tem garra, qualidade técnica e de passe, experiência... substitui-lo de forma directa será muito difícil, interna ou externamente, mas o clube irá sobreviver, como sempre. Pena é que o valor real do jogador não será traduzível em valor de mercado, mas para vender por um valor que se veja, será agora.

Venha a próxima venda.
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