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24 de abril de 2014

Os 5 Monumentos do Ciclismo - Liege-Bastogne-Liege


O 4º monumento da época e último da primavera não apresenta as dificuldades mais relevantes dos anteriores: possui “apenas” 256 km (contra os quase 300 da MSR) e não passa por caminhos de paralelo (como o Tour de Flandres ou o Paris-Roubaix).

No entanto, La Doyenne (significa “a mais antiga", visto ser o monumento mais antigo) apresenta várias dificuldades para os ciclistas. Para a edição 100º da prova (teve a primeira edição em 1892) serão 10 as subidas que terão de ser ultrapassadas.

Ao contrário das colinas (bergs) que são ultrapassadas no Tour de Flandres ou na Amstel Gold Race, aqui as dificuldades são menos inclinadas (entre 5.6% e 12.4% de inclinação média), mas mais extensas (entre 1 e 3.6 km de extensão). Com estas características não é de estranhar que se misturem nesta prova os corredores mais explosivos e os candidatos a vitórias nas provas de três semanas como a Volta a França.



Como muitas das outras provas de um dia, também a Liege-Bastogne-Liege começou em 1892 como forma de publicitar um jornal, o L’Expresss, jornal belga que publicava em língua francesa. Por esta razão, a prova nunca saiu das Ardenas, na parte francófona da Bélgica.

O percurso da prova inicia-se em Liege, no leste da Bélgica e segue mais ou menos a direito em direcção à fronteira com o Luxemburgo durante 95 km, até Bastogne. Aí os corredores dão a volta e seguem de novo para Liege, pelo caminho mais longo e tortuoso, sendo nesses restante 163 km de volta que estão 9 das 10 dificuldades do dia.

Felizmente para os corredores, não se prevê queda de neve para este fim-de-semana, durante a 100ª edição de La Doyenne.




A corrida normalmente é lançada na 7ª dificuldade do dia, o Côte de La Redoute (2 km a 8.9%) que aparece aos 218 km de prova. Do topo de La Redoute até ao final distam 43 km, sendo mais de 4.5 km a subir distribuídos por mais 3 subidas. É neste período que normalmente se verificam os ataques que ditam quem chegará ao final para discutir a vitória. O Côte de Saint-Nicolas (1.2 km a 8.6%) é a última hipótese de quem quer deixar os restantes para trás, aparecendo apenas a 5.5 km da chegada.



Por vezes o maior adversário dos corredores não é a dificuldade do perfil, mas sim o clima. As temperaturas nas Ardenas em Abril costumam variar entre 2 e 9 graus, com grande probabilidade de chuva. No entanto, anos existem em que a neve faz a sua aparição. Num desses anos, em 1980, a neve começou a cair a partir do momento que os corredores saíram de Liege. Com o passar dos quilómetros, os primeiros flocos tornaram-se num temporal e vários corredores começaram a desistir da prova devido ao frio. Ao virar em Bastogne, apenas 21 corredores restavam e o ultimo deles já tinha um atraso de 27 minutos.

O eventual vencedor da prova, Bernard Hinault, já tinha ponderado desistir na ida para Bastogne, mas foi incentivado pelos seus colegas a continuar pelo menos até Bastogne, onde haveria uma zona de alimentação. Após Bastogne, o director desportivo da equipa disse a Hinault que a verdadeira corrida iria começar agora, pelo que ele teria de tirar a capa que trazia e que lhe ia dando algum resguardo contra a neve e o frio. 



Hinault seguiu as instruções recebidas e retirou a capa. Nos quilómetros seguintes, com o frio a fustigar os ciclistas, tinha os dentes a bater e mal sentia as mãos e os dedos. Decidiu então pedalar o mais rápido que pudesse para se manter aquecido e terminar aquele inferno o mais rápido possível. Desta forma chegou a Liege isolado com 10 minutos de avanço, para gáudio da sua equipa, mas enregelado e sem conseguir sentir os braços.

Conforme escreveu Les Woodland, Hinault só não era naquele momento o homem mais infeliz do mundo porque ainda haviam alguns corredores na estrada atrás dele. Já no hotel, não conseguiu entrar para a banheira enquanto a água não estivesse quase fria, tal era o contraste da temperatura, enquanto que demorou cerca de três semanas a conseguir mover normalmente os dedos médio e indicador.

Quanto aos favoritos, dois nomes apresentam-se na linha da frente: Philippe Gilbert, recente vencedor da Amstel Gold Race e da De Brabantse Pijl, e Alejandro Valverde, vencedor da Fléche Wallonne. Ambos se apresentam em bom momento de forma e ambos sabem como a ganhar (Valverde venceu em 2006 e 2008, enquanto que Gilbert venceu em 2011).














De seguida na lista de favoritos aparecem nomes como Daniel Martin, vencedor do ano passado e 2º classificado na Fléche Wallonne, Michal Kwiatkowski, 3º na Fléche Wallonne e 5º na Amstel Gold Race deste ano, Simon Gerans, Joaquim Rodríguez, Roman Kreuziger ou mesmo Rui Costa, que procura a sua primeira vitória com a camisola de campeão do mundo.



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21 de abril de 2014

O título de Luís Filipe Vieira

26 de Maio de 2013. Hora: Cerca das 19h00.

O Estádio do Jamor era palco do último tombo encarnado. Depois do ajoelhar de Jesus no Dragão, da machadada na euforia em Amesterdão. Três títulos a fugir aos encarnados nos últimos minutos de jogo no espaço de 15 dias. Este com uma agravante: a discussão, feia, perto da agressão, entre Cardozo e Jorge Jesus.

Nesse dia, e nos dias que se seguiram, soaram os alarmes no Estádio da Luz, dispararam as acusações e traçou-se um destino: o tempo de Jorge Jesus à frente do plantel do Benfica tinha acabado. Era impossível alguém que tivera tudo na mão, tudo deixar fugir.

Porém, indiferente à polémica, indiferente às pressões, indiferente às derrotas um homem deu um murro na mesa e disse "Não". Praticamente contra tudo e contra todos, Luís Filipe Vieira assumiu na plenitude o papel de chefe máximo da tribo encarnada e alertou: Jesus fica.

Muitos dos históricos encarnados e administradores, dirigentes, adeptos, afiaram as facas e "garantiram" que Jesus não terminava a época seguinte. As garras saltam de fora logo no arranque do campeonato. Benfica perde na Madeira com o Marítimo (2-1), empata em Alvalade (1-1) e empata na Luz com o Belenenses (1-1).

Há sexta jornada os encarnados estão já a cinco pontos do líder FC Porto e na Luz volta a soar o grito "Jesus tem de sair". Mais uma vez, quase contra o universo benfiquista, Luís Filipe Vieira volta a dizer "Não" e a segurar o seu treinador.

O virar do campeonato terá começado semanas mais tarde, com o empate do FC Porto em Belém. Uma exibição pobre, pouco conseguida, sem aquele fulgor que quase sempre se via nos campeões nacionais. Nesse fim-de-semana, em Coimbra, o Benfica vencia por 3-0 e aproximava-se do líder, colado ao Sporting.
Na jornada seguinte os encarnados ganham em casa ao Braga enquanto o FC Porto volta a perder pontos. Desta feita em casa, com o Nacional.

Paralelamente a esta corrida de trás para a frente, o Benfica fazia um percurso tímido na Champions. Depois da vitória em casa com o Anderlecht, os encarnados perdiam em Paris, empatavam em casa com o Olympiacos, perdia de seguida na Grécia e via os 16-avos-de-final mais longe, enquanto a porta da Liga Europa se abria de novo.

No meio de tudo isto, e com um plantel mais equilibrado do que o do ano anterior, o treinador do presidente mostrava uma gestão de plantel como há muito não se via e, aproveitando os deslizes dos adversários começa a caminhar para o título. Vira a metade do campeonato na frente, depois de vencer na Luz os azuis e brancos. Apura-se para as meias finais da Taça de Portugal, da Taça da Liga e garante, por fim, uma presença nas meias da Liga Europa.

Ontem, na Luz, o Benfica "fecha" o campeonato. Com sete pontos de avanço para o Sporting. 18 de avanço para o FC Porto (menos um jogo). Os encarnados sagram-se campeões com tantos pontos de avanço para o terceiro classificado, como os que a Olhanense (16.º) tem de atraso para o 6.º classificado (Marítimo).

Se o título ontem conquistado é mérito da preserverança de Jorge Jesus, não é menos fruto da teimosia e da crença de Luís Filipe Vieira. Porque ele foi, desde início, (praticamente) o único que acreditou no treinador que ele escolheu e ele segurou.

Mesmo que Jorge Jesus não ganhe mais nada esta época (e pode ganhar tanto ou mais títulos do que aqueles que poderia ter ganho a época passada), Luís Filipe Vieira já ganhou a sua aposta.
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15 de abril de 2014

Liga dos Campeões - Previsão Meias Finais



Passou mais uma ronda da Liga dos Campeões, e estamos cada vez mais próximos da grande final. O Sorteio, na passada sexta-feira ditou que Real Madrid e Bayern de Munique ditem forças em dois jogos, na já chamada de "final antecipada", tendo em conta o poderia das duas equipas. No outro jogo, o Atlético de Madrid (grande surpresa) defrontará o Chelsea de José Mourinho, que chega assim à sua 7ª meia final na Liga dos Campeões.

Antes dos jogos dos Quartos de Final, fiz uma pequena previsão sobre como iriam ser os resultados. Acertei 3 dos 4 desfechos, tendo falhado apenas no jogo entre Barcelona e Atlético de Madrid.

Real Madrid - Dortmund - Previsão de Vencedor - Toque Mágico: Real Madrid
Tal como previ o Real Madrid conseguiu a sua vingança. Apesar de ter começado muito bem (3-0 em casa) ia deitando tudo a perder na Alemanha, ao conseguir muito cedo 2 golos. No entanto o Dortmund ficou-se por ai e quem passou foi realmente a equipa Espanhola.

Barcelona - Atlético Madrid - Previsão de Vencedor - Toque Mágico: Barcelona
Previ que o Barcelona conseguiria passar a eliminatória, mas tal não se verificou. O Atlético esteve muito bem nos dois jogos, sendo que pouco se viu das grandes estrelas do Barcelona. Apesar de ser a surpresa das Meias Finais, o Atlético de Madrid merece totalmente estar a disputar o acesso à final.

Paris SG - Chelsea - Previsão de Vencedor - Toque Mágico: Chelsea
Previ que ia ser uma eliminatória equilibrada e que poderia pender para qualquer um dos lados. Tal facto verificou-se, e o acesso só foi decidido aos 87' do segundo jogo.. Mourinho tremeu, mas aguentou-se e conseguiu uma excelente reviravolta depois de perder 3-1 em França.

Man Utd - Bayern - Previsão de Vencedor - Toque Mágico: Bayern Munique
Apesar de ter previsto correctamente que o Bayern iria passar a eliminatória, foi muito mais equilibrada do que esperava. Aos 70' do segundo jogo quem levava vantagem era o Man Utd, pois após o empate a 1 em casa, estava a ganhar no terreno do Bayern. No entanto em 10' deitou tudo a perder, e permitiu que a equipa bávara marcasse 3 golos de rajada e sentencia-se a eliminatória.

Deixando os quartos de final de lado, e passando às meias finais, teremos quatro jogos de grande emoção:

Real Madrid - Bayern - Previsão de Vencedor - Toque Mágico: Real Madrid
A equipa do Real Madrid busca a sua 10ª, e este ano tem estado mais forte do que nunca na Liga dos Campeões. Com um super Ronaldo, com uma média impressionante de 1.75 golos por jogo (14 golos em apenas 8 jogos!), que igualou o recorde do maior número de golos numa só edição (do seu grande rival, Messi), aliado a um menor fulgor do Bayern neste final de temporada, talvez devido à falta de motivação competitiva, face à precoce e demasiado fácil vitória no campeonato alemão, podem embalar o Real Madrid para a Final. Contudo uma coisa é certa: teremos dois grandes jogos, talvez os melhores da competição até ao momento.

Chelsea - Atlético Madrid - Previsão de Vencedor - Toque Mágico: Chelsea
O jogos dos "underdogs". Atlético de Madrid chega às meias finais da prova depois de eliminar equipa como Milan e Barcelona, e irá jogar contra um Chelsea que segundo José Mourinho "ainda está em crescimento". Apesar de tudo, são duas grandes equipas, com dois enormes treinadores. Mourinho já foi Campeão Europeu duas vezes, com duas equipas das quais na altura não se esperava muito. Já Simeone pôs este Atlético a jogar um futebol, não muito bonito, mas eficiente. Prova disso é o 1º lugar isolado na Liga Espanhola. Dado curioso, neste encontro temos duas equipas que conquistaram 4 títulos europeus nos últimos 4 anos! No final, acredito que a balança irá pender para o lado do Chelsea.

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8 de abril de 2014

Sporting: Próxima Época (Parte 1)



Estamos a chegar ao final de mais uma temporada. Em alguns países, como por exemplo, na Alemanha, já temos Campeão desde Março (já lá vão algumas jornadas..). Em Portugal apesar de não estar ainda nada definido, é como se já tivesse. O Benfica vai embalado, e leva 7 pontos de avanço do Sporting (que são como 8 pelo confronto directo), quando só faltam disputar 12 pontos / 4 jogos - para o Sporting sonhar em ser Campeão, o Benfica só poderia ganhar 1 jogo, dos que lhe faltam para o campeonato. Praticamente impossível. Sporting que também segue confortável no terceiro lugar, com 8 pontos de vantagem do Porto. Para além disso, assegurou para já, a presença no Playoff de acesso à Liga dos Campeões, mas o mais provável é que consiga entrar directamente na fase de grupos se mantiver o segundo lugar (e com isto, fazer praticamente 10M € só em prémio de presença).

É altura então de começar a preparar a nova época. E tudo começa com a óptima notícia da venda de Elias para o Corinthians, por 4M € por 50% do passe, ficando o Sporting em qualquer encargo (Elias só poderá competir em Julho, quando a época de transferências voltar a abrir). Segundo a direcção do Sporting, o clube irá poupar 8M € em salários. E esta direcção fecha assim talvez o ultimo dossier, da pesada herança que Godinho Lopes deixou. Dos vários negócios ruinosos, sobram os menos maus:

  • Labyad - Encontra-se emprestado ao Vitesse, da Holanda, até 2015, e tem jogado com bastante regularidade. Para além disso, é um jogador ainda jovem, e com bastante potencial, e mais importante, tem mercado, pelo que será possível ao Sporting ainda fazer um bom encaixe financeiro com ele. Se viesse com outra mentalidade, era jogador para ser muito útil ao Sporting. O seu grande problema é o elevado salário (fala-se em 2M € ano..) aliado a um baixo rendimento desportivo (e muitas saídas à noite...). Será para vender (com muita pena minha), pois não tem mentalidade competitiva para jogar no Sporting - pelo menos enquanto cá esteve nunca o demonstrou...
  • Viola - Outro jogador emprestado, neste caso ao Racing, da Argentina. Apesar de tudo, já se fala que deverá fazer parte do Plantel Principal da próxima época. Não terá um salário tão elevado como outros elementos, mas não foi dos melhores negócios de Godinho Lopes. Veremos se fará parte do plantel da próxima época, até porque com competições europeias será necessário dar mais profundidade ao mesmo. E como é um jogador com características interessantes (rápido, bom drible, aparece na zona de finalização) terá pelo menos uma oportunidade para demonstrar o seu valor. Eu, acredito que fique.
  • Rubio - Praticamente na mesma situação que Viola. Mais estranho é como é que este jogador perdeu espaço, depois de ter feito uma excelente pré época quando veio para o Sporting (ainda era Junior!). Não há muito a dizer, deverá ter novamente uma oportunidade na próxima época para demonstrar o seu valor, pois tem bastante potencial e ainda tem apenas 19 anos.
  • Miguel Lopes - Talvez o caso mais bicudo. Veio para Alvalade em troca por Izmailov e pelos vistos, se o Sporting o vender, terá que pagar ao Porto uns bons trocos (falam-se em 5M €). Para alem disso, tem um ordenado milionário - 1M € ano, o que é demasiado para este Sporting. Posto isto, a única solução é o empréstimo do jogador, como aconteceu este ano ao Lyon. O problema é que faltam mais 4 anos de contrato. Será que o Sporting conseguirá voltar a emprestar Miguel Lopes? Ou será que o jogador irá baixar o ordenado para ficar em Alvalade? Na minha opinião certamente que irá ser emprestado de novo da próxima época.
E com isto termina aqui uma primeira análise ao que será a próxima época do Sporting. Na segunda parte irei rever o plantel do Sporting, e possíveis saídas e entradas na equipa.



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Os 5 Monumentos do Ciclismo - Paris-Roubaix


Considerada por muitos como a prova rainha das classicas, o Paris-Roubaix é a prova de um dia mais icónica do ciclismo actual.

Realizada parcialmente em paralelo como o Tour de Flandres, o Paris-Roubaix não apresenta os bergs da Flandres como a sua principal dificuldade, mas sim a extensão e irregularidade desse mesmo piso.
















Todos os anos os sonhos e aspirações de muitos ciclistas esfumam-se no paralelo, terminando muitas vezes com dor e sangue. Os 51.1 km de paralelo, para um total de 257 km, costumam deixar a sua marca no pelotão, sendo comum que quase metade dos ciclistas não chegue ao fim da prova. Efectivamente, para se conseguir ao velódromo de Roubaix em condições de disputar a vitória, os ciclistas. além de superar o paralelo. têm de conseguir evitar furos ou outros problemas mecânicos nas fases mais criticas da prova, bem como fugir às quedas que todos os anos atiram muitos para fora da corrida (e não esporadicamente para o hospital).




Quanto ao percurso, a prova começa em Compiègne (começava em Paris até 1966) e segue para norte em direcção à fronteira com a Bélgica, onde se encontram as principais dificuldades. Os primeiros 97 kilometros não possuem qualquer sector de paralelo, pelo que são ideais para uma fuga inicial se formar.

Após esta fase inicial, começam a surgir as primeiras dificuldades, compostas por 28 sectores de paralelo, sendo que a cada um deles é atribuída uma categoria de dificuldade, de acordo com a extensão, a irregularidade dos paralelos e o seu estado de conservação. Esta categorização materializa-se num valor de 1 a 5 estrelas, sendo 5 o valor máximo de dificuldade.

Para a edição de 2014 já é conhecida a classificação atribuída a cada um dos sectores: existirão 3 sectores de dificuldade máxima, ou seja, 5 estrelas: Trouée d’Arenberg, Mons-en-Pévèle e Carrefour de l’Arbre.



O Trouée d’Arenberg (sector nº18) é o primeiro sector de dificuldade máxima (2400 metros de extensão) que os corredores terão de ultrapassar e também um dos mais icónicos da corrida. Aparece após 161.5 kilometros de corrida e após outros 10 sectores de menor dificuldade e é normalmente onde a corrida se começa a definir. Sendo muito longe da meta para definir vencedores, efectua uma primeira selecção no pelotão. Esta passagem pela longa recta que atravessa a floresta tornou-se no símbolo do Paris-Roubaix por ser o primeiro sector de dificuldade máxima, mas muito devido á loucura de a entrada no sector em paralelo estreito, com piso bastante irregular e normalmente húmido (além de ser uma floresta, existe um lago a pouco mais de 100 metros do troço), ser efectuada a cerca de 60 km/h por quase 200 ciclistas, sendo que todos querem estar nas primeiras posições de forma a evitarem as quedas que quase sempre acompanham os 2400 metros de extensão do Trouée d’Arenberg.



O troço de Mons-en-Pévèle (10) aparece a cerca de 50 km do fim, pelo que já ganha uma importância maior no desfecho da prova. Com cerca de 3000 metros de extensão de um paralelo irregular e com alguma lama, é um local aproveitado pelas segundas figuras das equipas para se lançarem ao ataque, seja para tentar a vitória, seja para preparar um ataque dos seus líderes.

Finalmente o Carrefour de l’Arbre (4), o último sector de dificuldade máxima, aparece apenas a 15 km do final, pelo que é o ultimo sector onde se pode fazer a diferença. Normalmente os ciclistas que passarem na frente da corrida no final deste sector também serão aqueles a disputar a vitória no velódromo de Roubaix, visto os restantes 3 sectores de paralelo serem de dificuldade reduzida.



Em relação a favoritos, quase que se pode copiar o que foi dito para o Tour de Flandres. Os dois monstros do paralelo, Fabien Cancellara e Tom Boonen estão sempre na fila da frente dos favoritos quando se fala no Paris-Roubaix. Entre eles acumulam 11 pódios e 7 vitórias, sendo que ao contrário dos últimos dois anos, vão ter a companhia de Peter Sagan, o eslovaco que conseguiu um segundo lugar na prova enquanto júnior em 2008 mas ainda não conseguiu ter impacto na prova como sénior.

Após estes três nomes, surgem outros que já mostraram serem capazes de dominar o paralelo de Roubaix, como Zdenek Stybar, Sep Vanmarcke, Bernard Eisel, Niki Terpstra, Greg Van Avermaet ou Sylvain Chavanel.

Pelo menos no papel, a Omega Pharma–Quick-Step aparece como a equipa mais forte, com Boonen, Stybar, Terpstra e Vandenbergh, todos capazes de vencer a prova. No entanto, o Tour de Flandres mostrou um Boonen sem pernas para acompanhar os melhores, pelo que o grande favorito para esta prova terá que ser Fabin Cancellara, que deu uma demonstração de força ao ganhar a prova num sprint a quatro.

A metereologia é outro aspecto a ter em conta na preparação desta corrida. Nos anos mais recentes, o bom tempo tem predominado, e as previsões para este ano apontam para que a chuva se mantenha ausente da corrida.



Sendo esta uma das provas mais popular do calendário do ciclismo actual, é normal ver grandes multidões de adeptos na beira da estrada para ver os seus heróis a ultrapassar os sectores de paralelo. No entanto, são tantos os adeptos levam paralelos das estradas para casa como recordação, que todos os anos uma associação, Les Amis de Paris–Roubaix, voluntaria-se para repor estes paralelos em falta de forma a que a prova se continue a decorrer com normalidade ano após ano.


Este ano a prova ganha um renovado interesse devido à decisão da ASO, empresa organizadora do Tour de France, de incluir no Tour de 2014 uma etapa nesta área com sectores de paralelo, pelo que é normal que os corredores de provas de 3 semanas, que normalmente evitam as provas de paralelo devido aos riscos associados, prestem uma outra atenção à mesma.

Domingo teremos então a edição nº 111 da Paris-Roubaix, com transmissão directa no eurosport a partir das 12:45 para que não percam pitada da prova mais excitante do calendário mundial de ciclismo.

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5 de abril de 2014

O peso morto.

Óscar Cardozo foi sempre mal amado na Luz, prosseguindo a tradição de avançados que resolvem jogos, mas não conquistam adeptos. O Benfica é pródigo nestes casos, provavelmente porque se quer tudo.
Cardozo foi sempre sinónimo dum número elevado e constante de golos, inclusive quando foi relegado para o banco pelo Quique, e mesmo nessa época foi o melhor marcador da equipa. A relação amor-ódio não tem apenas um sentido, o próprio Cardozo foi criando uns episódios para alimentar essa fogueira.
Luís Filipe Vieira  sempre o conseguiu segurar, mesmo com propostas de transferência vantajosas, acreditando que, mesmo sem ser unânime entre os adeptos e mesmo dentro da equipa técnica, seria um jogador insubstituível. Depois do episódio da Taça, deste Verão quente e da batalha ganha contra o treinador, esperava-se uma época cinzenta, mas eis que Cardozo entra novamente na equipa e parece afinar a máquina que até ao momento não engrenava. Entra com golos e objectividade ao futebol benfiquista.
A lesão e as alternativas.
Até à lesão na taça, o Benfica nunca fora obrigado a jogar sem ele. Podia ficar no banco, mas entraria em caso de necessidade, ou no jogo seguinte. Perante o cenário duma lesão prolongada Jesus viu-se obrigado a olhar para o banco onde apenas tinha Lima numa época desinspirada e  Rodrigo que já não era o mesmo desde a entrado do Bruno Alves.
Muda-se pouco, mas muda-se.
Obrigado a mudar, Jesus dá retoques pontuais na dinâmica. A equipa deixa de jogar apenas para Cardozo. A ovelha negra, de repente, torna-se o jogador favorito dos adeptos e teme-se pelo pior. Suspeitas infundadas. A equipa começa a jogar à bola. Rodrigo engrena, Markovic tem mais jogadores com quem combinar, o próprio Gaitán vê-se com mais opções de definição de jogada, Enzo pode partilhar a responsabilidade do transporte de bola.

Mas e a finalização? Até agora tem funcionado bem. O Benfica deixou de ter um finalizador nato, não há uma referência, mas os jogadores mais avançados parecem estar a entender-se bastante bem. Um marca, outro assiste, um assiste, outro batalha, ... o que é certo é que a equipa está melhor.

O regresso do rei.
 
Com o regresso de Cardozo podia gerar-se um problema para JJ. A equipa funcionava, mas a decisão de deixar no banco o melhor marcador e finalizador não é fácil. A entrada na equipa foi progressiva, a rotação do plantel ajudou, mas algo de importante já havia mudado, o ADN da equipa.
 
Durante a sua lesão a equipa aprendeu a jogar sem Cardozo, o que se nota agora perfeitamente após o seu regresso. A equipa procura alguém que se movimente e Cardozo nunca esteve para isso. Não faz pressão ofensiva, nunca está onde a equipa quer.
 
Os jogadores terão novamente que se adaptar, mas parece que nunca como antigamente.
 
É agora confrangedor olhar para o campo e ver que há um jogador completamente deslocado da equipa, sozinho e abandonado.
 
Parece que estão agora, finalmente, reunidas as condições para que faça a grande transferência que sempre sonhou, para um grande europeu como o Krasnodar ou o Sivasspor. Algo desse género.
 
O que será agora de Cardozo?

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2 de abril de 2014

Barcelona impedido de realizar transferências?



E se o Barcelona só puder realizar transferências no Verão de 2015? Não, não é nenhuma mentira do dia 1 de Abril. A FIFA proibiu a equipa catalã de realizar transferências nos próximos dois períodos: Verão 2014, Inverno 2015, para além de pagar uma multa de cerca de 400 mil euros. Uma multa semelhante será também aplicada à Federação Espanhola. Isto tudo aconteceu, ironia do destino (visto que o Barcelona é conhecido pela sua cantera), depois de terem sido detectadas irregularidades em algumas transferências de jogadores menores, sendo que já são reincidentes neste tipo de caso. 

É certo e sabido que alguns jogadores irão deixar o Barça no próximo Verão. Valdés já disse que esta era a sua última época em Barcelona, o mesmo anunciou Puyol à pouco tempo (muito fustigado por lesões, também já não contribuía muito para o futebol da equipa). Tem se falado também na saída de Daniel Alves e de Xavi ou mesmo de Lionel Messi. Mas nestes três casos é mais especulação que outra coisa. 

Mesmo assim, como iria lidar a equipa do Barcelona sem conseguir suplantar as lacunas do seu plantel - algumas das quais nem é preciso ninguém sair, como por exemplo a posição de Defesa Central - apenas como jogadores da formação? Há que ter em conta os possíveis regressos de alguns jogadores, como Deulofeu e Rafinha, mas mesmo assim seria sempre insuficiente, e nunca na vida teriam o mesmo impacto que tem um jogador como Xavi, que mesmo a fazer uma época menos conseguida (a idade pesa..) ainda é uma pedra basilar da equipa. E se viesse algum clube como PSG ou City, com 250M € pagar a clausula de Messi e acenar com um contrato milionário, conseguindo convencer o Argentino? Seria certamente a machadada final nesta geração, uma das melhores equipas de sempre e que chegou a ganhar TUDO num só ano.

No entanto, não acredito que o Barcelona fique sem puder realizar transferências pois é uma equipa bastante poderosa e o mais certo é que pague uma multa maior (na ordem dos milhões de euros) e possa realizar transferências. Mas teriam a vida negra se a FIFA não voltar atrás com o impedimento dea realização de transferências..
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